CONTRA O LATROGENOCÍDIO DO POVO LÍBIO


CONTRA O LATROGENOCÍDIO DO POVO LÍBIO



Mantemos a recomendação do vídeo de Jean-Luc Godard, com sua reflexão sobre a cultura européia-ocidental, enquanto a agressão injusta à Nação Líbia perdurar.




Como contraponto à defesa de civis pelos americanos, alardeada em quase todas as recentes guerras de agressão que promovem, recomendamos o vídeo abaixo, obtido pelo Wikileaks e descriptografado pela Agência Reuters

quinta-feira, 5 de maio de 2011

E se a execução de Bin Laden for mais uma grande farsa?, por Pedro Porfírio.

EUA se serviram da sua imagem de super-terrorista para increntar suas guerras

"Até agora, recebi três telefonemas de árabes certos de que os americanos só mataram um dublê de Bin Laden. E caberá à própria al-Qaeda esclarecer isso. Claro que, se estivermos errados e o morto for mesmo um dublê, em breve veremos surgir uma nova fita de ameaças do verdadeiro Bin Laden - e o presidente Barack Obama vai perder as próximas eleições".
Robert Fisk, colunista do jornal "The Independent" de Londres.

Obama acompanhou a execução de Osama em tempo real. A foto o mostra como figura secundária no ambiente do poder.

A execução de Osama Bin Laden, o "terrorista", ainda é uma hipótese. É tão provável como a suspeita de que Barack Obama, o presidente que teve de publicar sua certidão de nascimento para provar que é norte-americano, protagoniza uma grande farsa. Algo semelhante à montagem de 11 de setembro, sobre a qual há farta documentação mostrando o envolvimento do próprio governo dos EUA.

Pela variedade contraditória das versões conhecidas, têm razão os leitores do UOL, que fez uma enquete a respeito. Quando 19.864 pessoas já haviam se manifestado, 70,89% disseram não acreditar na morte de Bin Laden. Isso antes da Casa Branca se desmentir seguidamente sobre detalhes do episódio. E de Obama confirmar sua disposição de não divulgar as fotos da operação.

Mentiras causam desconfiança geral

A sequência novelizada dessa execução raia ao ridículo. Dizer que jogaram seu corpo ao mar para cumprir ritual muçulmano é de um primarismo grosseiro. Primeiro, porque a última coisa que se poderia esperar dos Estados Unidos seria esse tipo de preocupação religiosa depois de uma eliminação encomendada, que impede todo e qualquer esclarecimento. Depois porque, como disseram todos os conhecedores do islamismo, essa desculpa é uma grande balela.

Mais estranho, que soa como "queima de arquivo", foi a ordem de execução sumária, violando todo o discurso jurídico do Ocidente. Osama estava desarmado e podia muito bem ser preso e levado a julgamento, como aconteceu com Sadan Hussein. Por que será que Obama abriu mão de tê-lo como um super-prisioneiro?

Uma farsa ensaiada pelos dois lados

Até fatos novos que me desmintam, fico com a possibilidade da farsa e vou mais além, com todo o risco que isso representa: foi uma "jogada ensaiada" com a participação de ambas as partes.

Osama Bin Laden, um dos homens mais ricos da Arábia Saudita, foi uma invenção da CIA, na década de 80 e a ela se manteve ligado até hoje. Sua última contribuição como aliado foi o envolvimento na tentativa de derrubar Kadhafi, nas Líbia.

Vídeo sobre a verdadeira relação entre o milionário saudita e os presidentes dos Estados Unidos, narrado em espanhol, você poderá encontrar no meu próprio blog. No mesmo blog, ao pé desta matéria, há informações sobre como a CIA fez dele o seu principal homem no mundo muçulmano.

Uma ameaça aos EUA, por favor!

Se você se der ao trabalho de aprofundar o conhecimento da realidade norte-americana, verá que a queda da União Soviética e dos países da Europa socialista, bem como a guinada da China para uma economia de mercado, causaram profundos impactos estruturais na antiga potência.

Desde o início da "guerra fria" iniciada por Henry Truman, o complexo industrial-militar tem sido o eixo central da atividade produtiva americana. À falta da bipolaridade confrontal, da manipulação da "ameaça comunista", os Estados Unidos entraram num vácuo sem solução a médio prazo. Esse trauma é mostrado com humor no filme Operação Canadá, dirigido por Michael Moore, o mesmo que assinou o documentário Fahrenheit 11 de Setembro, em que desmonstra o envolvimento do governo dos EUA no atentado.

Como nasceu o aliado

Os Estados Unidos tornaram-se aliados dos fundamentalistas islâmicos para derrubar o governo do Partido Democrático do Povo do Afeganistão, que assumiu em 1978 com uma proposta de reforma agrária, reconhecimento dos direitos trabalhistas e igualdade para as mulheres, ligando-se à vizinha União Soviética.

Os chefes religiosos e tribais não aceitaram essas idéias e mobilizaram homens com apoio financeiro da Arábia Saudita e Estados Unidos, levando o governo de Cabul a pedir ajuda à União Soviética, que invadiu o país numa desastrada operação de guerra que pesou muito na sua própria dissolução.

Em 1986, o chefe da Central Intelligence Agency (CIA), William Casey, autorizou uma proposta de recrutamento mundial de fundamentalistas islâmicos para se juntarem à "Jihad" (Guerra Santa) no Afeganistão contra as tropas da União Soviética que tinham invadido o país.

Cem mil fanáticos islâmicos deslocaram-se então para o Paquistão, de onde eram enviados ao Afeganistão. Desses, 40 mil foram mobilizados para os combates e os restantes 60 mil frequentaram escolas corânicas para reforçarem as suas convicções e os seus conhecimentos religiosos.

Em 1988, orientado pela CIA, Bin Laden formalizou a criação da Al Qaeda (A rede) que passou a ser influente com a queda do governo progressista. Em 1992, o grupo deu o suporte para o Talibã, movimento que se enraizou entre os jovens da etnia pachtun (que se espalha entre o Afeganistão e o Paquistão) e este assumiu o poder em 1996, de onde só saiu em 2001, depois do 11 de setembro.

Um mito que servia a todos

Ao contrário do que maginavam os norte-americanos, o Al-Qaeda abriu frentes no mundo muçulmano (e fora dele) com estruturas autônomas. As informações sobre a verdadeira história do atentado às torres gêmeas provocaram um grande desgaste para Bin Laden, que passou o comando do grupo a um coletivo e foi mantido vivo não apenas pela proteção da rede, mas também por decisões de Bill Clinton e George W. Bush, como mostra o vídeo que postei no meu blog.

Para os nacionalistas e/ou fundamentalistas islâmicos, a preservação do mito ajudava a fomentar sua expansão, embora ele pessoalmente tenha estado "fora de combate" há muitos anos, dedicando-se ao tratamento de saúde, com recurso à hemodiálise.

Para o complexo industrial-militar, a sua existência era um bom pretexto para os eleados gastos com a guerra no Afeganistão, onde os Estados Unidos têm hoje mais de 100 mil soldados. Essa guerra já custou mais de US$ 1 trilhão ao seu combalido tesouro: um relatório do Serviço de Pesquisa do Congresso americano revelou que só no ano fiscal de 2010 o governo Obama destinou US$ 330 bilhões a essa aventura, alimentada basicamente junto à opinião pública pela idéia que era lá que se refugiava o seu inimigo público número 1.

Guerras sob encomenda da indústria bélica

Conflitos como o do Afeganistão acabaram ajudando a consolidar, na última década, uma imponente indústria bélica que movimenta cifras extraordinárias, com a venda de armas, veículos, instrumentos e serviços.

Um documento divulgado em junho de 2010 pelo Instituto Internacional de Pesquisas para a Paz de Estocolmo (Sipri) revelou que só em 2009 os gastos militares em todo o planeta chegaram a aproximadamente US$ 1,531 trilhão de dólares, garantindo uma grande margem de lucro às empresas privadas do setor. O valor representa um aumento de 5,9% em comparação aos gastos de 2008, e um salto de 49% desde 2000.

Com a entrada dos Estados Unidos na guerra do Afeganistão, após os ataques de 11 de setembro de 2001, o setor militar do país voltou a ficar em evidência. "Há um foco maior no suporte às operações de guerra e à compra de equipamentos para forças terrestres", afirmou Michael O'Hanlon, ex-analista do Congresso para assuntos orçamentários e pesquisador sobre estratégia militar da organização independente Brookings Institution, em matéria publicada pela revista VEJA, que diz ainda:

Parte imprescindível da política externa dos EUA, a indústria bélica é prioridade financeira do governo americano. Especialistas explicam que é comum ainda o intercâmbio de funções: quando militares de alta patente se aposentam, podem assumir um lugar nos conselhos de administração de empresas do setor bélico, e empresários desse ramo também stão no topo do poder político.

Tesouro não aguenta mais despesas

O'Hanlon nega, no entanto, que o governo lucre com os negócios. "As guerras são responsáveis por grande parte do nosso déficit, que gira em torno de um trilhão de dólares", justifica.

O problema é que o governo norte-americano esgotou sua capacidade de financiar a indústria bélica e a população já se mostra contrária ao envolvimento dos EUA no Afeganistão, com sucessivas quedas nos índices favoráveis. As previsões do secretário do Tesouro, Timothy Geithner, é que até o próximo dia 16, o país vai estourar sua capacidade de endividamento, que é de US 14,3 trilhões.

Como o Congresso resiste à proposta de ampliar essa margem, Obama ordenou medidas excepcionais de emergência. Um freio nos gastos de guerra é inevitável. A "morte de Bin Laden" veio a calhar. E pode até ser que, com ela, o presidente, com mais 11 pontos na aprovação do seu governo e a sinalização de uma marcha-a-ré militar, ganhe fôlego para uma moratória interna. Isso é mais preponderante do que a melhoria de sua posição em relação à sucessão presidencial, que acontecerá somente daqui a 17 meses.

Por todas as razões acima, insisto em que todas as hipóteses sobre a estranha "execução" de Bin Laden são admissíveis.

Daí ser mais prudente esperar o seu desdobramento.

Importante: Veja os vídeos sobre Obama e a CIA postado no blog www.porfiriolivre.info

recebido em 05/05/11

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