CONTRA O LATROGENOCÍDIO DO POVO LÍBIO


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Mantemos a recomendação do vídeo de Jean-Luc Godard, com sua reflexão sobre a cultura européia-ocidental, enquanto a agressão injusta à Nação Líbia perdurar.




Como contraponto à defesa de civis pelos americanos, alardeada em quase todas as recentes guerras de agressão que promovem, recomendamos o vídeo abaixo, obtido pelo Wikileaks e descriptografado pela Agência Reuters

terça-feira, 2 de novembro de 2010

"Temos que casar cultura e educação", entrevista de Antonio Grassi dada ao blog do José Dirceu

Publicado em 23-Set-2010
"Temos que casar cultura e educação"

O alerta é do ator, produtor e diretor teatral, Antonio Grassi.



A conclusão é de Antonio Grassi, mineiro e nacionalmente conhecido por seu trabalho como ator na teledramaturgia, cinema e teatro - a este levado pela militância estudante. Desde então, afirma Grassi, arte e política caminham juntas em sua trajetória.

Além de ator, produtor e diretor teatral, Grassi foi secretário estadual de Cultura do Rio e presidente da FUNARTE. Com sua experiência na área pública, ele explica a importância de conciliarmos cultura e educação. O ator elenca também as conquistas do governo Lula para o setor e os desafios que ainda se apresentam.

Nesta entrevista, Grassi, também, conta os caminhos que o levaram ao teatro e, posteriormente, à teledramaturgia. Recém nomeado para a gerência executiva regional da TV Brasil (RJ), o ator fala ainda sobre a importância da emissora pública e dá o recado: "a TV não é do Lula, mas do Brasil".



[ Zé Dirceu ] Como você, militante e participante de vários momentos importantes do PT, avalia a área cultural sob o governo Lula? Tivemos avanços nos últimos oito anos?

[ Grassi ] É inegável que tivemos e muitos. Antes, a área da cultura estava entregue ao Deus dará, ou melhor, ao mercado que regia a produção e a política pública no setor. Então, tivemos um avanço importante. Agora, é bom que se diga, nós construímos a história e as nossas expectativas eram maiores em relação a algumas coisas.

De uma forma geral, o governo Lula entrou com muita expectativa e uma perspectiva importante sobre alguns temas que estavam no ponto para serem trazidos ao debate. Neste sentido, talvez tenhamos trabalhado mal, porque perdemos oportunidades importantes e o time de debatê-las. E isso se deu nao apenas pela forma como inserirmos algumas discussões no país.

Cito os exemplos dos debates sobre a Ancinav, a reforma da Lei Rouanet e também sobre políticas mais estruturais do Ministério da Cultura (MinC). O caso da Ancinav é exemplar. Durante o período da transição do governo FHC para o de Lula (fim de 2002) e durante a campanha, havia um consenso frente ao programa de governo e às discussões que fizemos sobre o audiovisual. Após a posse, ao trazer sobre esse tema, ele foi satanizado e, surpreendentemente, pelos mesmos que davam sua aprovação anteriormente. Obviamente, a disputa política coloca elementos que mudam a posição de algumas pessoas, mas nesses casos, nós perdemos o time.

Formação de platéia
é um desafio

[ Zé Dirceu ] Com sua experiência na gestão de políticas culturais, quais os principais desafios que precisamos enfrentar nos próximos anos?

[ Grassi ] Um dos principais é como inserir a cultura no importante pilar das políticas públicas. Como casar de novo a cultura com a educação. Na prática, elas estão desquitadas administrativamente e em termos de ação política. Qualquer coisa que se discuta hoje em relação à cultura - tanto em termos de mercado, de preservação de memória etc - o que vemos é o completo desquite com a área de educação.

Hoje no sistema educacional temos uma grande leva de professores sem acesso ao cinema, teatro, museus, galerias de arte e concertos, por exemplo. E se não temos isso com os professores, não dá para imaginar que tenhamos com os alunos. A formação de platéia é o grande desafio que temos pela frente.

Você entra em um museu em Paris, no Orsay, por exemplo, e encontra turmas imensas de alunos com seus professores discutindo Van Gogh. Esse é portanto um trabalho que temos que fazer no Brasil com urgência. Integrar a cultura e a educação.

Não dá para falar de
produção sem exibição

[ Zé Dirceu ] Em relação ao cinema brasileiro, que teve um crescimento de qualidade, com novas películas, novos artistas, novos cinemas. O que é necessário não só para estimular a produção, mas levar o brasileiro a ver filme nacional e criar essa platéia a que você se refere? As políticas novas do governo de patrocínio e incentivo pelas estatais são corretas na sua avaliação?

[ Grassi ] A meu ver é uma política que carece de um ponto central: não dá para você falar da produção sem falar do desdobramento disso, ou seja, não dá para falar de produção sem exibição. Criamos um ambiente complicado, onde existem produtores culturais que têm acesso à Lei do Audiviosual, através de incentivos, por exemplo, mas que produzem seus filmes e não exibem, embora se habilitem para produzir os próximos. Então, o critério da produção passa a não fazer parte do contexto.

Sempre que você vai ao Festival de Cinema em Brasília, há um filme inovador. No ano seguinte, aquele mesmo cineasta estará lá, mas sem que o filme inovador do ano passado tenha sido visto. E o mais lamentável, alguns nem chegam ao Festival. Este é um ponto que precisa ser atacado com firmeza. Não podemos desvincular a produção da exibição.

No caso do teatro, por exemplo, a coisa é muito mais séria. Tínhamos sessões habitualmente de terça a domingo, com vesperais no sábado, domingo e na quinta-feira. Hoje, não temos mais isso. Temos teatro de sexta a domingo e só. Isso tem a ver com a questão da educação. Nós temos um público no Brasil - não vou falar nem dos alunos das escolas, mas de professores - que precisa ser chamado. Se professores fossem ao cinema e ao teatro, nós já teríamos um público vinte vezes maior do que esse que temos.

Filmes de arte
viraram cinemateca

[ Zé Dirceu ] E quanto à questão do mercado externo?

[ Grassi ] Temos que criar mecanismos de distribuição distintos daqueles que usam estas distribuidoras. Isso é difícil. Você vai competir no mercado com um filme do qual chegam duzentas cópias e com cinemas rateando para conseguir 1 milhão de espectadores

[ Zé Dirceu ] Neste caso, os investimentos não são necessários só para a produção, mas para a exibição. E não há só complexos de cinemas de shooping, existem os bairros. Com a demanda crescendo, melhorando a renda da população será possível um investimento para a produção e para a exibição. Da mesma maneira que existem hotéis 5, 4, 3 estrelas, nós poderíamos ter cinemas com 30 lugares, um espaço honesto, simples, limpo, onde ao invés de pagar R$ 25,00 reais, você pudesse pagar R$ 5,00.

[ Grassi ] Sim, claro. Inclusive, em uma de nossas discussões, falamos sobre a interferência da sala no tipo de cinema que você vai ver. A sala te obriga a assistir a determinado filme. Esses grandes complexos cinematográficos, por exemplo, que associam o filme à pipoca, àquilo que você compra na entrada, condicionam o público a ver um tipo de filme que está lá dentro. Dificilmente você vai encontrar nestas salas, um filme como aqueles que gostávamos de ver antigamente, aqueles europeus. Um filme mais de arte não têm espaço nesses lugares. É como se fosse incompatíveis.

[ Zé Dirceu ] Viraram filmes de cinemateca?

[ Grassi ] Viraram cinemateca mesmo.

Há um estrangulamento
na teledramaturgia

[ Zé Dirceu ] Como você avalia a TV brasileira e, em especial, a teledramaturgia?

[ Grassi ] A teledramaturgia é um grande artigo de exportação. Adquiriu qualidades inegáveis de produção, de equipamento técnico e a contribuição da Rede Globo neste sentido é muito grande. Mas, chegamos a um modelo que está em seu ponto de esgotamento. Há um estrangulamento por conta até do próprio excesso de produção. E isso se pensarmos que todas as emissoras concorrentes da Globo colocam como mote para a concorrência a teledramaturgia sob o mesmo formato de novelas, capítulos e tal... Se elas não tiverem eixo padronizado, perigam fracassar. Caímos, portanto, numa situação em que é difícil uma novela que possa inovar. Então, a teledramaturgia poderá avançar, mas em outros modelos.

Por exemplo, esse modelo que hoje estamos vendo nas prateleiras das grandes redes de livraria: um box com DVD das séries americanas, House, Brothers and Sisters etc. Você tem ali uma variedade de teledramaturgia que não é de novelas. Esse é um caminho. Temos qualidade para produzir várias séries, mas neste caso, há um aspecto econômico. Quando você produz uma minissérie com 40 capítulos ou com 20, que é o formato tradicional - caso de Memorial de Maria Moura, Casa das Sete Mulheres, Os Maias, por exemplo - o custo do investimento nestes 20 capítulos é igual ao de uma novela. Cenário, direção de arte, atores têm o mesmo custo. A diferença é que na novela há 200 capítulos para você recuperar esse investimento. Na minissérie não.

Por outro lado, e aí está a questão, esse filão do DVD é um mercado que a TV brasileira ainda não se apropriou. Os americanos já o fizeram. Portanto, há um mercado que compensa a deficiência do retorno da televisão, mas isso ainda está muito capenga no Brasil.

TV pública é do Brasil

[ Zé Dirceu ] Qual a importância e o papel da EBC, a TV Brasil, hoje no país? Ela está no seu início, quais as perspectivas de futuro em termos de comunicação pública?

[ Grassi ] Desde quando trabalhávamos as questões do programa de cultura, em todas as campanhas que fizemos - e eu participei de todas - a questão da comunicação e da televisão sempre esteve presente. Antes, nós arranhávamos muito superficialmente estes temas, porque achávamos que jamais chegaríamos nele. Mas trabalhamos a perspectiva da TV pública e agora ela é uma realidade. Aliás, o termo público deveria ser melhor trabalhado, até para conseguirmos mais adesão das pessoas.

É muito complicado falar da TV pública, porque essa palavra traz a falsa ideia de morosidade, burocracia e falta de qualidade. Sem falar da questão política, aproveitada pela oposição ao governo que diz “a TV do Lula”. Isso é uma balela! A TV pública é uma conquista importantíssima de todos os brasileiros. As mesmas pessoas que falam da BBC de Londres como referência, da RAI italiana, a TVE da Espanha, desprezam a TV Brasil que como estas, também é pública e tem seu conselho curador.

A TV Brasil, portanto, é uma grande conquista e traz o desafio de fazermos uma TV pública de qualidade, que tenha uma função de complementaridade da TV comercial. Ou seja, ela deve abordar certos assuntos, com linguagens e temas que a TV comercial não faz. E, principalmente, trabalhar a diversidade nacional, a regionalização da programação. O grande trunfo da TV Brasil foi a rede pública ter aderido à rede nacional.





[ Zé Dirceu ] Todas aderiram?

[ Grassi ] Todas, menos São Paulo e Rio Grande do Sul. Mas os demais Estados sim. Inclusive, educativas e universitárias. Isso foi muito importante. Hoje a EBC trabalha num formato muito interessante. Você tem em rede 10 horas de programação, sendo 4 de programação regional. O cara em São Paulo pode ver a programação de Pernambuco. Essa é a regionalização que tanto falamos. Um avanço fantástico. Só que temos dificuldade para divulgar isso, para que percebam a importância desse momento. Além disso, nestas questões políticas, temos que lutar contra o estigma e dizer: "Não é a TV do Lula, nem do governo. É a TV do Brasil".

Movimento estudantil,
o teatro como instrumento.

[ Zé Dirceu ] Arte e política se misturam? Como você concilia seu trabalho de ator com sua luta pela arte no país?

[ Grassi ] Há uma história de vida pessoal. O que me levou ao teatro não foi a atividade artística em si. Eu comecei no colégio estadual central em Belo Horizonte, em um grupo secundarista naquela época muito importante com vários companheiros. Dilma [Rousseff] e [Fernando] Pimentel passaram por lá. Naquele momento da discussão política, do movimento estudantil mesmo, o teatro era um instrumento. Havia muito daquela história que o Plínio Marcos dizia “o teatro é uma tribuna livre onde vão se debater os problemas do homem”.

Então, víamos o teatro como essa ferramenta, mais do que a questão artística propriamente dita. Ali tivemos contato com os demais movimentos. Minha opção pelo teatro, portanto, nunca esteve desvinculada do pensamento político. E a partir daí, todas as afinidades começaram a acontecer com as pessoas que tinham essa preocupação política. Eu fiz teatro independente naquela época. Com o pessoal do Asdrúbal Trouxe o Trombone, do Cacá Rosset, do Paulo Betti. Começamos com esse teatro mais político, de cooperativa. Nós éramos os produtores do nosso trabalho. Então, para mim, arte e política sempre estiveram juntas. É difícil desvincular uma coisa da outra.

[ Zé Dirceu ] E sobre seu trabalho, quais as angústias e satisfações de ser um ator reconhecido em todo o Brasil? Para as novas gerações, existe uma formação profissional à altura da demanda requerida hoje?

[ Grassi ] Nós todos vivemos uma tragédia nesta questão da sobrevivência profissional. Eu, por exemplo, comecei a fazer teatro em Minas, depois me profissionalizei. Mas havia uma coisa naquele tempo: nós tínhamos a TV como uma área pela qual jamais nos interessaríamos. Quando comecei a fazer teatro, naquele tempo, os atores de TV eram por nós considerados “menores”. Havia atores de teatro que falavam temas relevantes e os de TV que nós considerávamos "menores". Durante muito tempo, era muito bom saber que a Fernanda Montenegro e o Paulo Autran se recusavam a fazer novelas de televisão. Mas, em determinado momento, ligamos a TV e estava lá a Fernanda jogando torta na cara do Paulo! A situação tinha mudado, era outra.

Ao entrarmos na TV, nós quebramos o preconceito que a minha geração tinha em relação a ela. Isso nos inseriu num outro mundo em que tivemos que nos adaptar. Acredito que a geração que vem agora tem uma possibilidade mais ampla de atuação, fora dessa coisa limitada “só pela telenovela”. Hoje, vemos atores com outra formação. Agora, não poderemos avançar mais nisso se não tivermos um avanço também nas outras formas de arte.

[ Zé Dirceu ] Você fala do cinema e eu percebo um renascimento, um crescimento, não só na qualidade, mas na quantidade da produção. E no teatro?

[ Grassi ] O teatro é diferente porque ele tem uma situação muito complicada. A relação dele com a Lei Rouanet é muito perversa. O teatro criou um formato que distanciou o público. Aquela relação viva do teatro de terça a domingo acabou. Hoje só de sexta a domingo, como eu disse anteriormente. E as contas que fazíamos para a manutenção do espetáculo não existem mais. Quando você manda um projeto de teatro para capta patrocínio pela Lei Rouanet, tem que computar a produção e a manutenção, porque a bilheteria não sustenta as duas.

A quantidade de 12 espetáculo que temos por mês – 3 por semana – equivale ao mesmo custo de 48 espetáculos mensais, porque os técnicos são contratados por mês, iluminação etc. Então, o que acontece? Redução da equipe técnica, produção de uma quantidade imensa de monólogos ou peças com menos atores. Raramente temos produções com muita gente em cena.

As produções dos musicais americanos são outra realidade. Elas têm um patrocínio forte e um outro tipo de apelo. Veja que os próprios teatros foram incorporando em o patrocinador a seus nomes, Teatro Alfa, Bradesco etc. Com isso perdemos mesmo a relação viva do teatro que é hoje muito difícil e delicada.

A chiadeira em relação da Lei Rouanet, no caso do teatro é dramática, porque você tira a possibilidade dos 100% de abatimento fiscal. Aí, a possibilidade concreta de não haver nenhum patrocinador é muito grande. Principalmente, porque pela lei do audiovisual há a possibilidade desse cara ter 125% de abatimento. Então, você oferece ao patrocinador sua peça, mas ele tem 125% pela Lei do Audivisual, e pelo teatro apenas 70%. O cara, obviamente, vai para a Lei do Audiovisual. Essa relação é dura.

Por isso eu vou repetir pela terceira vez o mote: se não tiver o vinculo com a educação... Só ele pode ser a salvação do teatro para que tenhamos uma formação de platéia, um público que pode gostar de ver aquilo ao vivo, sem ser gravado.

“Romeu e Julieta não se adia nunca”

[ Zé Dirceu ] E os Centros de Educação Unificada (CEUs) implantados pela prefeita do PT, Marta Suplicy em São Paulo?

[ Grassi ] O princípio dos CEUs é muito legal porque você vincula a manifestação artística à educação. Para mim, esta é a única saída, até mesmo para não existir a competição com as outras áreas.

Eu sempre conto da minha primeira experiência como gestor na Secretaria de Cultura do Rio de Janeiro. Quando entramos no governo, minha primeira reunião foi para discutir a programação do Teatro Municipal. Ela estava anunciada, toda vendida, assinantes todos prontos. Essa primeira reunião foi para discutir a programação do ballet Romeu e Julieta, sob a regência do grande Rostropovich e coreografia do Vassiliev (do Bolshoi). Maestro e coreografia russos, ballet e orquestra do Municipal. Então, a produtora fala: "todos os artistas internacionais abandonarão o projeto caso não recebam a parcela contratual, precisamos pagar a primeira parcela!" Era uma coisa absurda, R$ 2 milhões.

Lá fui eu para o nosso secretário de Fazenda. Foi essa minha estréia como gestor público. Cheguei na ante sala e estavam os secretários da Educação e da Segurança conversando, agoniados com suas questões. Ouvi do secretário de segurança que ele precisava de munição para a polícia subir o morro - era o período do Elias Maluco. A da educação levantou a questão da merenda escolar. Quando os dois olharam para mim para perguntar qual o motivo que tinha me levado até lá, eu não tive coragem de falar. Voltei para o Municipal e pensei "caramba, como vou falar que quero dinheiro para o Romeu e Julieta diante dessas circunstâncias?" Aí, chego no teatro e ouço da produtora: “Mas a estréia é mais urgente, secretário! A merenda e a munição você adia. Uma estréia como essa, do Romeu e Julieta, não se adia nunca...”

Esse é um exemplo. Na realidade a gente não tem impregnado nas questões da política pública a transversalidade. Hoje, eu vejo que na questão da UPPs (Unidade de Polícia Pacificadora) no Rio, a presença da cultura é fundamental. Se você não trabalhar em conjunto a área da cultura, ela fica como pedinte das demais cujas causas são mais urgentes. No Rio, tivemos aquele desastre que foi a Cidade da Música, um elefante branco do César Maia, inaugurado sem acabar! Um dinheiro enorme gasto numa obra parada que seria hoje muito significativa para a cultura nacional, na cidade do Rio.

As primeiras contestações a esse projeto eram “por que não se investiu em hospital, em escolas? Concordo, mas aquele investimento foi feito para aquilo e tinha que ser terminado.

[ Zé Dirceu ] Em relação ao ticket cultura, isso vai pegar?

[ Grassi ] Essa é uma das estratégias importantes para trabalharmos a distribuição, porque ela inverte a relação. Se você me perguntar: "como produtor, você prefere que eu te dê 1 milhão para a produção da sua peça ou 200 mil pessoas? Eu prefiro 200 mil pessoas. Quero público. Essa é a questão, porque o patrimônio não pode ser a sua produção, mas o seu público. E o vale cultura investe nessa relação.

[ Zé Dirceu ] Grassi, para finalizarmos, qual a perspectiva do artista hoje em relação às novas mídias. Elas são aliadas, concorrentes, já estão ou vão potencializar o trabalho artístico-cultural?

[ Grassi ] Elas são complementares. Temos que tomar posse dessas novas tecnologias e aprender a trabalhar com cada uma de suas linguagens. Acredito que assim como o cinema aprendeu com a televisão - que tem um caminho e uma linguagem próprios - as novas mídias trazem um desafio. Esse é um processo que teremos que somar e aprender a lidar com ele. Mas, no geral, avalio que os artistas estão lidando bem com elas.


---- extraída, autorizadamente, do Blog do Zé Dirceu em 02/11/10, cujo endereço é: http://www.zedirceu.com.br/

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