CONTRA O LATROGENOCÍDIO DO POVO LÍBIO


CONTRA O LATROGENOCÍDIO DO POVO LÍBIO



Mantemos a recomendação do vídeo de Jean-Luc Godard, com sua reflexão sobre a cultura européia-ocidental, enquanto a agressão injusta à Nação Líbia perdurar.




Como contraponto à defesa de civis pelos americanos, alardeada em quase todas as recentes guerras de agressão que promovem, recomendamos o vídeo abaixo, obtido pelo Wikileaks e descriptografado pela Agência Reuters

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010




Canoa indígena encontrada no leito do Rio Aiuruoca, entre os Municípios de Serranos-MG e São Vicente de Minas-MG, de cerca de 12 metros de comprimento, lavrada em tronco único de madeira, cuja datação está sendo objeto de estudo da Marinha do Brasil.

Atualmente, sob a guarda da Prefeitura Municipal de São Vicente de Minas.

(fotos gentilmente cedidas pela Secretaria de Patrimônio da Prefeitura Municipal de São Vicente)

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Fernando Henrique Cardoso precisa de amigos, por Gilson Caroni Filho

Isso é FHC. A exigência egóica de ser admirado o torna, paradoxalmente, um líder sem liderados. Para quem acredita que fez um grande favor ao mundo nascendo, sua irritabilidade é permanente e justificada.
Gilson Caroni Filho
Em seu texto �Luto e Melancolia", Freud diz que manifestações melancólicas assumem várias formas clínicas, se caracterizando, entre outros sintomas, "por uma depressão profundamente dolorosa, uma suspensão do interesse pelo mundo externo, diminuição do sentimento de auto-estima e inibição de todas as atividades." A identificação com o objeto perdido é inevitável e, na medida em que não consegue incorporação simbólica, o que sobra ao sujeito é a identificação com o vazio de um pai ausente. Se a psicanálise sofre hoje contestações de diferentes ordens, as palavras do seu criador sobre o comportamento melancólico se encaixam como uma luva para o amontoado de sandices que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso escreveu e disse no último domingo, 7/02, tentando deter e repudiar a impopularidade que o persegue desde o segundo mandato. Há alguns anos, Carlos Heitor Cony, em artigo na Folha de São Paulo, não poupou palavras para melhor definir o �príncipe dos sociólogos: "Diziam seus admiradores que FHC era uma cabeça, um intelectual, um produtor de coisas inteligentes. Sua exposição no cargo mais alto do país rebaixou-o à dimensão de um demagogo banal, incapaz de articular um argumento alem do insulto aos que não acreditam nele e o acusam inclusive de improbidade." Isso é FHC. A exigência egóica de ser admirado o torna, paradoxalmente, um líder sem liderados. Um prócer a ser evitado em anos eleitorais. Para quem acredita que fez um grande favor ao mundo nascendo, sua irritabilidade é permanente e justificada. Afinal, deve ser duro para quem esteve no poder durante oito anos, constatar que o resto do mundo político não reconhece sua importância. Pior, o que ganha realce são os erros grosseiros de um dirigente que governou de acordo com os humores do capital financeiro.Seu governo passou para a história como um modelo que acentuava a exclusão social e penalizava as classes de menor renda. A estratégia de estabilização de preços baseada na captação de capital externo de curto prazo, através da sobrevalorização da moeda e da manutenção de elevadas taxas de juros, levou o país a níveis de desemprego sem precedentes, à desarticulação da estrutura produtiva e à deterioração do tecido social no campo e na cidade. O mau desempenho do comércio brasileiro na época foi minuciosamente construído pela equipe de FHC que, realizando uma abertura irresponsável da economia, pôs em prática políticas monetárias e cambiais que minaram em grande parte nossa capacidade de competição internacional. Mostrando a miopia fiscalista que o orienta até hoje, Cardoso escreveu em seu artigo (�Sem medo do passado�), publicado no Globo: "Esqueceu-se [Lula] dos ganhos que a privatização do sistema Telebrás trouxe para o povo brasileiro, com a democratização do acesso à internet e aos celulares, do fato de que a Vale privatizada paga mais impostos ao governo do que este jamais recebeu em dividendos quando a empresa era estatal." A entrega do patrimônio público ainda é apresentada como fórmula eficaz de fazer caixa. O que FHC faz questão de esquecer faz parte de sua história: grande parte do programa de privatização brasileiro foi financiada pelo BNDES. No cassino tucano, muitas empresas privatizadas não queriam fazer investimento aqui e se aproveitavam de polpudos créditos que também beneficiavam transnacionais já instaladas no país. O argumento utilizado era o de que a vinda desses setores permitiria agregar elementos de financiamento ao desenvolvimento nacional. Quando se lê um artigo assim, descontextualizado, mal costurado em seus argumentos, é que nos damos contas da importância de olhar pelo retrovisor. É ele que sinaliza as perspectivas do futuro. Nesse ponto, o texto de Cardoso é didático, quase leitura obrigatória. FHC sabe que a grande mídia corporativa exercerá o prestimoso papel de guiar suas mãos na hora de legitimar a irrelevância dos seus escritos. Somente os exércitos de colunistas destacados pelas famílias que controlam os meios de comunicação garantem sua vida política vegetativa. Quando compara a ministra Dilma Rousseff a um boneco manipulado pelo presidente Lula não faz qualquer ponderação política, apenas evidencia que sua cabeça está longe de ser privilegiada. É uma mente que destila bile (que está na raiz da palavra melancolia) para desqualificar seus adversários. É o menestrel da política pequena buscando a facilidade da ribalta midiática. Antes de dizer que �o PT �tenta desconstruir o seu mandato�, o �príncipe� deveria dedicar mais tempo à leitura do que andaram falando sobre seu governo as principais lideranças do seu partido, em especial o governador de São Paulo. Uma boa sugestão seria o livro �Conversas com Economistas Brasileiros II", que a Editora 34 lançou em 1999. Lá ele encontraria o seguinte trecho: �A política cambial do primeiro governo Fernando Henrique Cardoso foi um desastre gratuito e total. Foi resultado de pouca reflexão analítica de seus condutores. Suas conseqüências foram devastadoras em muitas áreas da economia, inclusive comprometendo as metas fixadas no processo de privatização."Essa crítica, das mais contundentes feitas por um economista que participou dos dois mandatos do governo FHC, é de José Serra em entrevista a dois professores da FGV, Guido Mantega e José Márcio Rego. E agora, quem é o boneco de quem? Nem mesmo um governador que submergiu com as enchentes em São Paulo, levando com ele a suposta capacidade gerencial do tucanato, pôde endossar a política arrasada do ex-presidente. O que esperar da oposição? A compaixão que deve ser concedida aos incapazes?As palavras do ex-presidente devem ser vistas como movimentos de descompressão da realidade. Quando, a partir da melancolia e solidão de sua maturidade, um ator político faz a volta à infância, o ridículo se apodera do cenário. Fernando Henrique precisa de amigos.

Gilson Caroni Filho é professor de Sociologia das Faculdades Integradas Hélio Alonso (Facha), no Rio de Janeiro, colunista da Carta Maior e colaborador do Jornal do Brasil
extraído do site http://www.cartamaior.com.br/templates/colunaMostrar.cfm?coluna_id=4541

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Programa cidadão Serranense, por Paulo Henrique Martins de Carvalho

"A exclusão social é (...) uma situação de não realização de algumas ou de todas estas dimensões. É o “não ser”, o “não estar”, o “não fazer”, o “não criar”, o “não saber” e/ou o “não ter”. - Paulo Henrique Martins de Carvalho

O Serviço Social com o objetivo de consolidar a Estação Cultural, como espaço
democrático e buscando abranger todos os patamares mais eqüitativos e justos, lembra que
são direito de todos os direitos sociais, a educação, saúde, trabalho e lazer. Foi a partir dessas
questões que surgiu a idéia de criar o projeto, que não visa a assistência como “pronto-socorro
social” (Sposati), mas como um mecanismo de extensão de serviços de infra-estrutura urbana
e social aos pauperizados, buscando o desenvolvimento social como instrumento
redistributivo.


Metodologia
Para que seja eficaz a inclusão social da comunidade e em especial das classes de
menor poder aquisitivo e também os encaminhamentos dos órgãos públicos de Serranos,
serão desenvolvidas atividades que irão capacitar e contribuir para uma melhor formação
pessoal e profissional daqueles que fizerem parte do projeto.
O projeto deverá ser implantado por etapas, definidas de acordo com a estrutura
oferecida pela entidade e dos recursos conseguidos junto a patrocinadores e parceiros.
Os cursos serão oferecidos gratuitamente e os números de vagas serão definidos de
acordo com a especificidade de cada curso, a seleção dos inscritos obedecerá a critérios
socioeconômicos. A competitividade individual se acentua, na nossa época na disputa pelo
emprego, pela forma física, pela aparência, pela performance. Nesse contexto de guerra
interindividual o fortalecimento do sujeito na prática profissional significa intervenção na
capitalização do sujeito, enquanto enriquecimento da vida individual/coletivamente para que
se possa enfrentar essa condição de perda de poder, de perda de “capitais”, de patrimônios
afetivos, familiares, culturais, econômicos para enfrentar as mudanças de relações/trajetórias
da vida (Faleiros,1997).
Cursos Profissionalizantes: Têm como meta capacitar os usuários que participam do
projeto, a partir de cursos de especialização, para enfrentar o mercado de trabalho. A grande
finalidade é proporcionar capacitação, aprendizado aos usuários que não têm condições
financeiras para arcar com cursos de especialização. Inglês / Português, Computação Básica e
outro cursos de acordo com a demanda, serão oferecidos.
Oficinas Diversas: Através da dança e do teatro, crianças e adolescentes irão se
socializar e integrar, em um trabalho coletivo da livre expressão da imaginação, no processo
de aprendizado, visando à cooperação social, emocional e a sensibilidade.
Artesanato/Alta Costura: Capacitar os usuário do projeto, a fabricar, concertar e
transformar peças de roupas. Além de estimular a criatividade, o curso também é uma
alternativa para complementar o orçamento familiar.
Cozinha Experimental: Proporcionar aos usuários mão-de-obra especializada para
contribuir com a renda familiar. Os tópicos discutidos serão: aproveitamento dos alimentos,
dicas pra economizar e não desperdiçar, receitas de salgados e lanches, doces e tortas
diversas. Orientações nutricionais também estão no roteiro de atividades. Estão previstas,
parcerias com empresas fornecedoras de produtos de cozinha, com hipermercado / atacadista
e varejão. Serão freqüentes as aulas de culinária que ensinarão além de receitas, noções de
higiene e manuseio dos alimentos pré e pós-preparados.
Estética: Este projeto oferece oportunidade à população carente de Serranos em
especializar na área de estética e higiene pessoal, visando à melhoria na qualidade de vida,
alternativa para contribuir com renda familiar, além desenvolver o potencial criativo do
usuário. Serão oferecidos cursos de cabeleireiro, manicure, maquiagem, etiqueta. O objetivo
é proporcionar atividades qualificadas para inclusão no mercado de trabalho, além dos
cuidados com a higiene pessoal, que contribui para uma vida mais saudável.
Oportunidade de Emprego: Proporcionar aos usuários do projeto, oportunidades para
conquistar uma vaga no mercado de trabalho, dando-lhe segurança e as condições necessárias
para concorrer a com a grande demanda preparada para as exigências do mercado, uma vez
que a taxa de desemprego entre 15 e 29 anos é de 22,6%. Elaboração de currículos, dicas de
vestuário e comportamento, cuidados com o corpo e higiene pessoal, cursos
profissionalizantes e palestras. Parcerias com empresas e instituições, orientação e
encaminhamento a serviços de utilidade pública, inclusão no mercado de trabalho serão
desenvolvidas.
Campanhas Educativas: Levar conhecimento sobre um determinado assunto, a fim de
conscientizar sobre os problemas emergentes da sociedade, sempre em busca de melhorar a
qualidade de vida. Tópicos principais a serem trabalhados: Conscientização sobre o tema,
formação de valores. Serão oferecidas palestras educativas e entre os temas abordados estão:
economia de água, higiene bucal, DST, Meio Ambiente, e outros.
Brinquedoteca: Espaço preparado para estimular a expressão da criança, preparado de
forma criativa para que a criança possa desenvolver sua criatividade, e colocar em evidências
suas emoções.O objetivo é proporcionar às crianças alternativas para o desenvolvimento do
potencial criativo, social e cultural, através dos brinquedos, livros, e arte. Devem ser criadas
parcerias com empresas de brinquedo, campanha de doação de brinquedos e literatura infantil.
Artesanato: Desenvolver o potencial e habilidade dos usuários do projeto, além de
qualificar mão-de-obra. Proporcionar conhecimento, e valorizar os usuários do projeto, além
de ser uma forma de alternativa para contribuir no orçamento familiar. Oficina de pintura em
tecido, vidro, cerâmica, técnica em meia de seda, sabonetes, bordados diversos, crochê, tricô,
boneca de pano e outros.
Atividade Física: Desenvolver com os usuários atividades físicas, em vários estilos de
acordo com a demanda, visando melhor a saúde e qualidade de vida do usuário do projeto.
Qualidade de Vida, e vida saudável, para todas as pessoas que tiverem interesse, e
especialmente para o público da 3ª idade.
Biblioteca: Será criado um espaço de assessoria pedagógica, onde o usuário estará
desenvolvendo pesquisa, leitura, apoio à escolarização.O objetivo é incentivar o usuário a
leitura e apoiar e estimular a criação de textos, poesias, contos e outros. A biblioteca contará
com livros voltados para o vestibular, livros de áreas específicas como português, matemática,
história, literatura além de leitura. Campanhas de doação de livros e parcerias com editoras,
também fazem parte do projeto.
Resultados e discussão
Partindo do pressuposto de que existem indivíduos excluídos socialmente pretende-se
com esse projeto atingir várias metas. Os objetivos fundamentais são contribuir com o
complemento do orçamento familiar, melhoria da qualidade de vida, resgate da auto-estima e
inclusão social.
Conclusões
Considera-se exclusão social, essencialmente uma situação de falta de acesso às
oportunidades oferecidas pela sociedade aos seus membros.Desse modo, a exclusão social
pode implicar privação, falta de recursos ou, de uma forma mais abrangente, ausência de
cidadania, se, por esta, se entender a participação plena na sociedade, aos diferentes níveis em
que esta se organiza e se exprime: ambiental, cultural, econômico, político e social. De outra
forma, pode-se dizer que a exclusão social se exprime em seis dimensões principais do
cotidiano real dos indivíduos:
- do SER, ou seja, da personalidade, da dignidade e da auto-estima e do autoreconhecimento
individual;
- do ESTAR, ou seja, das redes de pertença social, desde a família, às redes de
vizinhança, aos grupos de convívio e de interação social e à sociedade mais geral;
- do FAZER, ou seja, das tarefas realizadas e socialmente reconhecidas, quer sob a
forma de emprego remunerado (uma vez que a forma dominante de reconhecimento social
assenta na possibilidade de se auferir um rendimento traduzível em poder de compra e em
estatuto de consumidor), quer sob a forma de trabalho voluntário não remunerado;
- do CRIAR, ou seja, da capacidade de empreender, de assumir iniciativas, de definir e
concretizar projetos, de inventar e criar ações, quaisquer que elas sejam;
- do SABER, ou seja, do acesso à informação (escolar ou não; formal ou informal),
necessária à tomada fundamentada de decisões, e da capacidade crítica face à sociedade e ao
ambiente envolvente;
- do TER, ou seja, do rendimento, do poder de compra, do acesso a níveis de consumo
médios da sociedade, da capacidade aquisitiva (incluindo a capacidade de estabelecer
prioridades de aquisição e consumo).
A exclusão social é, portanto, segundo esta leitura, uma situação de não realização de
algumas ou de todas estas dimensões. É o “não ser”, o “não estar”, o “não fazer”, o “não
criar”, o “não saber” e/ou o “não ter”.
Buscando promover o desenvolvimento econômico, urbano e social da cidade, bem
como a capacitação dos excluídos sociais, é preciso oferecer condições que promovam
desenvolvimento socioeconômico da cidade e geração de trabalho e renda. Através do projeto
descrito acima, pretende-se aumentar a participação das pessoas carentes em diversas áreas da
sociedade, promovendo assim a inclusão social.Dessa maneira, os excluídos transformar-seão
em incluídos e poderão ser, estar, fazer, criar, saber e ter. Este é um projeto inovador na
cidade de Serranos, que abrirá espaço para receber toda comunidade, dando oportunidade
para a população carente desfrutar dos benefícios culturais, sociais e de lazer de boa
qualidade. É através das oficinas sociais que essas pessoas terão consciência da importância
de se integrar no contexto sócio-cultural para enriquecimento pessoal e intelectual. Inovador
porque vai oferecer à população atividades experimentais nas áreas artística, social e de
difusão científica.


Referências bibliográficas
Constituição da República Federativa do Brasil (1988). Brasília: Senado Federal, 1988.
LOAS. Lei Orgânica de Assistência Social. Brasília. DF. Dezembro/2000.
PIRES, Ribeiro Wanderley.Qualidade de Vida. 5.ed.Campinas: Komedi, 95p.
FALEIROS, Vicente de Paula. Estratégia em Serviço Social. São Paulo: Cortez,1997.208 p.
YAZBEK,Maria Carmelita.Classes subalternas e assistência social. 4 ed. São Paulo:
Cortez,2003. 184 p.
CUNHA, Beatriz Monteiro.Vivendo em Sociedade.Coleção Aventura Humana.São
Paulo,1998.
UNICAMP, Serviço Social do Hospital das Clínicas. Campinas.v.3. Ano III.2004.
SPOSATI, Aldaíza de Oliveira. Os direitos (dos desassistidos) Sociais. 4 ed.São Paulo:Cortez,
2002 .