CONTRA O LATROGENOCÍDIO DO POVO LÍBIO


CONTRA O LATROGENOCÍDIO DO POVO LÍBIO



Mantemos a recomendação do vídeo de Jean-Luc Godard, com sua reflexão sobre a cultura européia-ocidental, enquanto a agressão injusta à Nação Líbia perdurar.




Como contraponto à defesa de civis pelos americanos, alardeada em quase todas as recentes guerras de agressão que promovem, recomendamos o vídeo abaixo, obtido pelo Wikileaks e descriptografado pela Agência Reuters

sábado, 18 de julho de 2009

ESTRATÉGIA DE DEFESA DA AMAZÔNIA BRASILEIRA, por Roberto Gama e Silva.

O Brasil herdou o imenso e riquíssimo território da nossa Amazônia graças à visão penetrante do estadista português Sebastião José de Carvalho e Melo, que viria a se tornar Conde de Oeiras e, depois, Marquês de Pombal.
O Marquês de Pombal foi nomeado Primeiro-Ministro do Rei Dom José I por decreto de 5 de agosto de 1750 e nessa situação permaneceu até a morte do Rei, em 23 de fevereiro de 1776.
Durante 26 anos o Primeiro-Ministro foi o gênio que executou a obra governativa do Rei Dom José I, uma das mais profícuas de Portugal.
Segundo o historiador lusitano Joaquim Ferreira “os portugueses têm razões sobejas para venerar em Pombal o maior governante da pátria”.
Nós, brasileiros, também temos razões sobejas para considerar o Marquês de Pombal responsável pela anexação definitiva ao Brasil do território da Amazônia, com superfície superior à soma dos territórios da Índia e do Paquistão.



Quando tomou posse como Primeiro-Ministro do Reino, decorriam sete meses da assinatura do “Tratado de Madri” que, pela primeira vez, desde o “Tratado de Tordesilhas”, firmado em 1494, procurou definir os limites entre as possessões de Portugal e Espanha na América do Sul.
Diga-se de passagem, por pertinente, que o novo Tratado foi viabilizado pelo princípio do “Utis Possidetis Facto”, proposto pelo Secretário de Dom João V, o paulista Alexandre de Gusmão, que no ano anterior, isto é em 1749, mandara confeccionar o “Mapa das Cortes”, no qual apareciam as terras efetivamente ocupadas pelos portugueses na América do Sul.
O Tratado acabou sendo firmado, porque os espanhóis admitiram que haviam avançado ilegalmente sobre o arquipélago das Filipinas, no Oceano Pacífico.
Então, a linha original de Tordesilhas foi deslocada para oeste, na América do Sul, de modo a legitimar as terras desbravadas pelos portugueses, e para leste no Pacífico, para submeter as Filipinas ao domínio do Rei da Espanha.
Em resumo, a Amazônia brasileira foi trocada pelas Filipinas!
Como aparece na figura acima, o mapa da Amazônia ainda estava incompleto, pois faltava acrescentar o Acre, cujo contorno ainda se achava indefinido, pelo fato de não ter sido determinada a posição correta das nascentes do rio Javari, ponto de onde seria traçada uma linha leste-oeste até a origem do rio Madeira, na confluência do Mamoré com o Beni. O Acre, vale lembrar, só foi incorporado oficialmente ao território brasileiro pelo “Tratado de Petrópolis”, firmado com a Bolívia em 17 de novembro de 1903, após a vitória pelas armas de aguerridos brasileiros sob o comando firme do gaúcho José Plácido de Castro.
A dimensão e a natureza da Amazônia chamaram, de imediato, a atenção do Marquês de Pombal.
Para começar, nomeou o próprio irmão, Francisco Xavier de Mendonça Furtado, oficial de Marinha, para o cargo de Governador do Grão-Pará e Maranhão, com a missão de assegurar, de todas as maneiras, a integridade das terras da Amazônia transferidas para o domínio de Portugal.
Mendonça Furtado criou, em 1755, a Capitania de São José do Rio Negro, elegendo como sua primeira capital a localidade de Mariuá, hoje Barcelos, para estimular o povoamento da bacia do rio Negro e contribuir para eliminar a penetração espanhola pelas aquavias daquela região.
Na impossibilidade de ocupar fisicamente a imensa região, Pombal delineou a estratégia portuguesa para manter a Amazônia sob domínio português: “tamponamento das vias de acesso do exterior para o interior da região e vivificação dos pontos fronteiriços confrontantes com pontos vivificados do outro lado da fronteira”.
Em 6 de junho de 1755, Pombal decretou a emancipação completa dos índios que habitavam a Amazônia, conquistando assim o apoio dos silvícolas à causa portuguesa. No dia seguinte, em 7 de junho de 1755, foi criada a “Companhia do Grão-Pará e Maranhão”, sociedade cujo capital foi subscrito pelos empresários da praça de Lisboa, com o propósito de alijar os intermediários no comércio com a região, sobretudo os ingleses.
A estratégia pombalina tem prevalecido até hoje, embora posta em prática inconscientemente.
O Exército brasileiro, ultimamente, vem se empenhando em consolidá-la por intermédio de um projeto denominado “Calha Norte”, que consiste basicamente no aumento dos efetivos das unidades dispostas ao longo da fronteira ao norte do rio Amazonas, além da criação de novos grupamentos militares na mesma região lindeira.
Essa medida, embora contribua para a proteção da fronteira, não é de todo eficiente no que tange ao tamponamento, pois o espaço amazônico não é propriamente continental, eis que se assemelha a um imenso arquipélago, tal a quantidade de rios e igarapés que cortam o terreno.
A Força Aérea Brasileira acaba de tamponar, com eficiência, o espaço aéreo da região, mediante a instalação de uma rede de radares e o estacionamento de aeronaves de combate nas bases existentes, com o que o contrabando e o descaminho de materiais de valor decresceram sobremaneira.
Com essa inovação, todos os bens normalmente transportados pelas aeronaves piratas foram desviados para as hidrovias, cujo patrulhamento é ainda frágil.
A fragilidade do tamponamento das hidrovias pode ser ilustrada com três exemplos lapidares.
O primeiro exemplo relaciona-se com o descaminho de madeiras, em toras e serradas, antes da implantação da Agência da Capitania dos Portos em Munguba (o porto de Monte Dourado).
O Grupo Executivo para a Região do Baixo-Amazonas – GEBAM, demonstrou para as autoridades governamentais, inclusive para o próprio Presidente da República, que a empresa “Jarí Florestal e Agropecuária” havia descaminhado, por longo tempo, madeiras em toras e beneficiadas, cujo valor, a preços de 1982, ultrapassava a casa de US$1,2 bilhão.
Respaldavam essa revelação o cotejo entre o inventário florestal, levantado alguns anos antes pelo “RADAMBRASIL”,o volume de madeiras contido na área desmatada; a capacidade das três serrarias logo instaladas na área; o depoimento dos práticos do rio Jarí e a freqüência de atracação desses navios no porto de Munguba.
Todo esse volume de madeiras transportado ilegalmente cruzou a foz do Amazonas, pelo chamado “Braço Norte”, na verdade a foz do grande rio, sem que fosse detectado.
Em época mais recente, setembro de 2001, o navio “Artic Sunrise”, de bandeira inglesa e pertencente à organização não-governamental estrangeira “Greenpeace”, penetrou no rio Amazonas para executar a demarcação das terras reservadas para os 361 nativos da tribo “Deni”, estabelecidos entre os rios Xeruã, afluente do Juruá, e o rio Cuniuá, da bacia do Purus.
Aplicando os mesmos critérios “metafísicos” usados para a concessão de reservas para os silvícolas, os “Deni” foram aquinhoados com uma área de 998.400 hectares.
Pois bem, o “Artic Sunrise” suspendeu do porto de Manaus, no dia 20 de setembro de 2001, demandando a área concedida aos “Deni”, levando a bordo o cacique Haku Varashadeni, da tribo em questão, dirigentes da “Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira-COIAB”, representantes do “Conselho Indigenista Missionário – CIMI” e da “Operação Amazônia Nativa – OPAN, todos reunidos para proceder à demarcação da reserva,” já que o Governo brasileiro não havia cumprido o compromisso constitucional de demarcar todas as terras indígenas até 1993” (sic).
Os dois exemplos alinhados demonstram a necessidade de instalação de uma Estação Naval nas proximidades de Macapá, dotada com Navios-Patrulha e com instalação fixa de radares de superfície, para tamponar a foz do Amazonas e apresar navios envolvidos em operações ilegais ou antinacionais.
O terceiro exemplo refere-se ao início do curso do rio Solimões, nas proximidades da tríplice fronteira “Brasil-Peru-Colômbia”.
No período noturno do dia 4 de julho de 1949, o gaiola “Ajudante”, pertencente à frota do “Serviço de Navegação da Amazônia e Administração do Porto do Pará – SNAAP”, navegava próximo à margem esquerda do Solimões, no trecho entre São Paulo de Olivença e Benjamim Constant, transportando 120 passageiros.
Surpreendentemente, uma canhoneira da Marinha da Colômbia, bem dotada de armamento (dois canhões de 195 mm., dois canhões de 40 mm., da fábrica Bofors, e dez metralhadoras de 20 mm., da fábrica Oerlikon), aproximou-se do “Ajudante” e abriu fogo até afundá-lo. Como resultado do ataque morreram 112 brasileiros.
Posteriormente, a diplomacia colombiana apresentou as suas desculpas, alegando que o “Ajudante” fora confundido com um navio peruano, eis que os dois países vizinhos haviam retomado as hostilidades em torno do território onde se situava a cidade de Letícia.
A canhoneira colombiana, sem qualquer aviso às autoridades brasileiras, demandava o rio Içá, procedente de Letícia.
A facilidade de penetração na Amazônia brasileira por embarcações procedentes do território colombiano, mediante a utilização da aquavia Içá-Putumayo, ainda persiste.
Com a atual dificuldade de uso do espaço aéreo para atividades ilícitas, o contrabando de armas e de tóxicos transferiu-se para o transporte hidroviário, tendo como principal via o rio Içá.
Então, como a simples presença de tropa terrestre, na divisa Brasil-Colômbia, não propicia a detecção da penetração de embarcações, mormente no período noturno, cabe à Marinha o tamponamento do rio Içá, de preferência com a implantação de uma Estação Naval em Santo Antônio do Içá, povoação localizada na margem esquerda do rio, bem na confluência com o Solimões. Além da presença de Navios-Patrulha, a nova Estação Naval deveria contar com a instalação de radares de superfície fixos e a presença de tropa de Fuzileiros Navais, pronta para executar operações ribeirinhas.
Ressalte-se que a localização da Estação Naval proposta, estrategicamente distante da fronteira, além de garantir o tamponamento efetivo do rio Içá, ainda executaria a mesma tarefa no rio Solimões.
O reforço da presença de Fuzileiros Navais na Estação Naval, ademais, tornaria a atuação desse segmento de projeção do Poder Naval mais sintonizada com a conjuntura.
Obviamente, a idéia de criação de duas novas “Estações Navais” na Amazônia, inclui necessariamente o aumento do número de navios patrulha fluviais e costeiros, em operação na região, além de unidades para a condução de operações ribeirinhas.
Adotadas as providências propostas, ainda se faz necessário barrar três caminhos de penetração existentes na margem direita do Amazonas, como são os rios Madeira, Purus e Juruá. Nos três casos, seria suficiente equipar as Organizações Militares da Diretória de Portos e Costas, isto é a rede de Capitanias, Delegacias e Agências, com lanchas-patrulha armadas e instalações fixas de radares de superfície, em Porto Velho, Rio Branco e Eirunepé.
Ademais, como a “Estratégia de Defesa Nacional”, recentemente divulgada, preconiza a presença de Forças Navais oceânicas no norte do País, para se contrapor às ameaças oriundas da região de onde sopram os ventos boreais, parece óbvia a escolha da Baia de São Marcos, no Maranhão, como sede da Base Naval que dará apoio à “Esquadra do Norte”. Tal escolha não admite outra alternativa devido às águas profundas e protegidas da citada baia, que permitirão o estacionamento seguro de navios de maior calado, inclusive aqueles dotados de domos de sonares com dimensões avantajadas.
Esta “Esquadra do Norte” também deverá contribuir, com grande eficiência, para o tamponamento avançado da foz do Amazonas.
Para concluir, deve ser enfatizado que a continuidade de aplicação da estratégia delineada pelo Marquês de Pombal, mais do que nunca, é vital para o exercício da soberania e manutenção da integridade territorial da Amazônia brasileira.

Roberto Gama e Silva
Almirante Reformado
Rio de Janeiro, em 14 de janeiro de 2009.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

O Lian Gong em 18 Terapias (extraído do site do Instituto Mineiro de Tai Chi e Cultura Oriental )

É uma prática corporal elaborada na década de 70 pelo médico ortopedista da Medicina Tradicional Chinesa, Dr. Zhuang Yuan Ming, que vive em Shangai. A técnica, composta de 18 exercícios para prevenir e tratar de dores no corpo, obteve bons resultados e foi escolhida pelo governo chinês para ser divulgada para a população. O Dr. Zhuang, seu criador, recebeu o prêmio de Pesquisa Científica de Resultado Relevante. Posteriormente, ampliou a técnica e adicionou mais duas partes com 18 exercícios: uma para prevenir e tratar de dores nas articulações, tenossinovites e disfunções dos órgãos internos e, a outra, para prevenção e tratamento de doenças das vias respiratórias.
No Brasil, a técnica foi introduzida no ano de 1987 por Maria Lúcia Lee, professora de filosofia e artes corporais chinesas. Desde então, o Lian Gong em 18 Terapias vem sendo amplamente difundido, conquistando o povo brasileiro para a sua prática.
O sistema completo de Lian Gong em 18 Terapias é composto de três partes:
• 18 Terapias Anterior: exercícios para prevenir e tratar de dores no corpo e restaurar a sua movimentação natural.
• 18 Terapias Posterior: exercícios para prevenir e tratar de problemas nas articulações, tenossinovites e disfunções nos órgãos internos.
• 18 Terapias Continuação (I Qi Gong): exercícios para fortalecer as funções do coração e pulmão e prevenir e tratar de problemas das vias respiratórias.
. IMPLANTAÇÃO DO LIAN GONG EM 18 TERAPIAS NO BRASIL Existe, atualmente, uma grande quantidade de grupos de práticas gratuitas de exercícios da Medicina Tradicional Chinesa, especialmente do Lian Gong em 18 Terapias, espalhados em dezenas de cidades e atendendo à milhares de praticantes por todo o Brasil. O resultado positivo destas práticas pode ser avaliado pelo aumento constante do número de praticantes e a grande demanda pela criação de novos grupos, desde 1987, quando da introdução desses exercícios no país pela profa. Maria Lúcia Lee (Unicamp).A técnica do Lian Gong em 18 Terapias é reconhecida pelo Governo da República Popular da China como uma prática eficaz, adotada em seu sistema público de saúde, por sua característica fundamentalmente preventiva.Percebendo a importância desses resultados, o poder público brasileiro, especialmente através das Prefeituras Municipais, tem procurado incluir essas práticas nos serviços de saúde oferecidos à comunidade. Atualmente, os municípios de Belo Horizonte, São Paulo, Campinas, Brasília, São José do Rio Preto, entre outros, disponibilizam de cursos de capacitação de instrutores e práticas para a população nos serviços públicos de saúde.
. SEGUNDO CURSO DE CAPACITAÇÂO DE INSTRUTORES - LIAN GONG EM 18 TERAPIAS NA SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE BELO HORIZONTE.
CLIQUE AQUI E VEJA OS LOCAIS ONDE PRATICAR EM BH:
LIAN GONG EM 18 TERAPIASGinástica Terapêutica da Medicina Tradicional Chinesa elaborada pelo Dr. Zhuang Yuan Ming, médico ortopedista e traumatologista da Medicina Tradicional Chinesa, para prevenir e tratar de dores no corpo e harmonizar os órgãos internos.OBJETIVO DO CURSOEm março de 2008 o Instituto Mineiro de Tai Chi e Cultura Oriental junto com a Secretaria Municipal de Belo Horizonte, está oferecendo o 2º Curso de Capacitação de Instrutores de Lian Gong em 18 terapias para 75 profissionais da área de Saúde para que esses profissionais possam implantar esta técnica corporal chinesa que visa a Promoção da Saúde e a Prevenção de Doenças nos Centros de Saúde de Belo Horizonte.Esses profissionais irão implantar a técnica do Lian Gong em 18 Terapias como prática coletiva, gratuita e aberta aos usuários e trabalhadores destes Centros de Saúde.
O curso é composto de três módulos: • 18 exercícios para prevenir e tratar de dores na região do pescoço e ombro, costas e região lombar, glúteos e pernas.• 18 exercícios para prevenir e tratar de dores nas articulações doloridas das extremidades, tendões e disfunções dos órgãos internos. • 18 exercícios para potencializar as funções do coração e vias respiratórias.
. O Curso de Formação do Lian Gong em 18 Terapias
SIGNIFICADO DE LIAN GONG:
É o trabalho persistente e prolongado de treinar e exercitar o corpo físico, com o objetivo de transformá-lo de fraco para forte e de doente para saudável. É uma prática corporal especialmente projetada para prevenção e tratamento de dores no corpo.
Os fatores que influenciam no surgimento de dores no corpo podem ser externos (vento, frio, umidade, secura) e internos (raiva, preocupação, tristeza, medo, euforia), e incluem ainda a má utilização do corpo, em posturas inadequadas, sedentarismo, esforço excessivo ou lesões. Os movimentos do Lian Gong são suaves e firmes, dissolvem as tensões musculares, alongam os tendões e trabalham os espaços articulares, a coordenação e a propriocepção - além de contribuirem na reeducação postural.

extraído do site do Instituto Mineiro de Tai Chi e Cultura Ocidental em 17/07/09, cujo endereço, paramaiores informações, é: http://www.institutomineirodetaichi.com.br/

terça-feira, 14 de julho de 2009

Opinião: Liberdade de expressão e o diploma de jornalista, por Alexandre Victor de Carvalho

A princípio, achei consistente o argumento do Supremo Tribunal Federal (STF) para derrubar a exigência do diploma para jornalista, fundamentado no preceito constitucional da “liberdade de expressão”. Mas foi no Encontro com a imprensa, realizado pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) em 18 de junho, dia seguinte ao julgamento do STF, que a minha convicção foi abalada.
A jornalista e professora Maria da Glória Metzker manifestou que a “liberdade de expressão” já está garantida na imprensa, por meio dos artigos publicados diariamente nos cadernos de opinião, editoriais, nos espaços conquistados por colunistas e comentaristas. Disse ainda que o jornalista não pode nem deve expressar a sua opinião, mas apresentar versões dos fatos para o leitor concluir, traduzindo termos técnicos e tornando mais acessível a linguagem dos especialistas.
As considerações da professora fizeram-me refletir sobre a questão do curso de jornalismo.
Neste artigo, vou tentar elencar alguns pontos a serem avaliados.
O primeiro deles está relacionado à formação. Realmente, faz sentido estudar técnicas e teorias de comunicação, essenciais ao tratamento da informação, para que cheguem à sociedade notícias de qualidade, aptas a promover a conscientização e desenvolver a capacidade crítica.
Outro aspecto a ser observado diz respeito à profissionalização, à carreira do jornalista. É temeroso que essa abertura do mercado acabe atraindo pessoas formadas em diversas áreas, sem o devido compromisso com a atuação específica na área de imprensa. Isso sem contar o risco de o jornalismo se transformar em “bico” para diversos profissionais, que vão conciliar as atividades da sua área de formação com as de comunicação, fragilizando essa última função, essencial à democracia e à fome de informação da sociedade contemporânea.
É preciso ainda observar as partes da ação: a decisão do plenário do STF, por 8 votos a 1, foi tomada no julgamento do Recurso Extraordinário 51.1961, interposto pelo Ministério Público Federal e pelo Sindicato das Empresas de Rádio e Televisão do Estado de São Paulo contra acórdão do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, que afirmou a necessidade do diploma, contrariando uma decisão da primeira instância numa ação civil pública. O voto vencido foi do ministro Marco Aurélio Mello.
Quanto ao Ministério Público, ele está atuando dentro de suas funções, em defesa da sociedade e das leis.
A parte interessada no fim da exigência do diploma é o Sindicato das Empresas de Rádio e TV. Ainda jovem, antes de optar pelo direito, escolha de que não me arrependo, fiquei em dúvida se faria o curso de jornalismo. É lógico que, hoje, provavelmente, já teria conquistado a minha posição no mercado, e a decisão do Supremo não iria afetar a minha vida profissional.
Mas fico imaginando um universitário que, de repente, recebe a notícia de que ele pode fazer qualquer outro curso e se tornar jornalista. Os depoimentos dos estudantes na imprensa depois da decisão do STF deixaram claro o sentimento de frustração.
Até agora, as ponderações foram a partir da fala da professora Maria da Glória Metzker. Passo, agora, a tecer alguns comentários de um outro ângulo, sopesando tudo o que tenho visto e ouvido a respeito.
É certo, por exemplo, que, em vários países, não se exige o diploma para o exercício do jornalismo – os Estados Unidos e Portugal estão entre eles. E, ainda assim, existe imprensa de qualidade. O diploma, simplesmente, não garante o bom desempenho das atividades. Pode representar um atestado de competência no papel, para quem não pode exercer as funções na prática.
E essa é uma constatação possível em várias outras áreas do conhecimento, exceto, talvez, para algumas, em que o conhecimento técnico é tão rigoroso e complexo que inviabiliza os maus profissionais – o exercício da medicina pode ser citado nesse sentido.
Existem também os que defendem a ideia de que o jornalismo deveria ser uma especialização e não um curso universitário. Assim, a pessoa poderia se formar em qualquer área e, depois, especializar-se para as funções de jornalista. Assim, haveria oportunidade para o aprofundamento em um ramo do conhecimento, enquanto os cursos de comunicação são generalistas e pouco profundos.
Oriunda dessa corrente, há a ideia de que as pessoas que dominam certo tipo de informação são mais competentes e mais hábeis para esclarecer sobre o assunto ao qual se debruçaram. Nessa linha de raciocínio, a população, consequentemente, iria ganhar, tendo informações privilegiadas e de fontes autorizadas.
Existem também opiniões favoráveis ao fim da exigência do diploma embasadas no fato de que em outras carreiras da área de comunicação, como relações públicas e publicidade, não há essa cobrança. E nem por isso essas atividades deixam de ser exercidas com qualidade.
Abro parênteses para ressaltar a importância do estudo da teoria da comunicação. Quase instantaneamente, é possível obter informações do mundo inteiro. As pessoas são bombardeadas por notícias produzidas pelas mais diferentes mídias. O estudo da comunicação é a alternativa para repensar o que está sendo produzido. É temerosa a prática sem a necessária análise, pesquisa, estudo e formulação teórica sobre ela. Aliás, o aprimoramento do fazer requer o pensamento sobre esse fazer, de forma crítica e aprofundada, e as escolas de comunicação têm essa atribuição.
Diante de todas essas facetas, avalio que o mais importante é a gente se deter a um ponto crucial: a inegável importância da imprensa para a sociedade e para a democracia. Portanto, a necessidade de qualidade nas notícias veiculadas diariamente.
Jornalismo sério e ético é fundamental para o aprimoramento da humanidade.
Deixo, enfim, para o leitor concluir: o diploma é imprescindível?

- Recebido em 06/07/09

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Tudo que sei sobre o assalto ao poder em Honduras, por Pedro Porfírio

John Negroponte, que já fez poucas e boas na América Central, pode estar metido no golpe



Responsavel por uma guerra suja na América Central dos anos 80, o ex-todo poderso John Negroponte (na foto menor), mesmo afastado do governo nos EUA, pode estar envolvido na deposição do presidente hondurenho
"Este é um duro golpe da direita contra pessoas inocentes. Os pobres simplesmente exigem mudanças, e por pedirem mudanças sofreram um golpe de Estado".Manoel Zelaya, presidente de HondurasAntes que você me cobre, falemos de Honduras, cenário de um insólito assalto ao poder que tem tudo para dar com os burros n'água em questão de dias.Antes dessa molecagem financiada pelos poderosos empresários Carlos Flores e Ricardo Maduro, que já estão arrependidos, quase nada se falava dessa república centro-americana de 7 milhões e 700 mil habitantes, até há pouco sob controle total de um consórcio envolvendo as multinacionais da banana, do café e do camarão,os velhos políticos corruptos, a igreja católica, encabeçada pelo cardeal Oscar Andrés Rodrigues, e os militares liderados pelos generais Douglas Fraser e Romeo Vásquez, em cujos prontuários aparecem acusações sobre envolvimento com grupos paramilitares e com o tráfico internacional de armas e drogas.A decisão dos golpistas de bloquear a pista do aeroporto de Tegucigalpa para impedir o retorno do presidente Zelaya deixa clara a fragilidade do grupo. Antes, o arrogante "chanceler provisório" Enrique Ortez Colindres havia dito que se Zelaya pisasse em território hondurenho seria preso.A postura assumida pelos golpistas nesse domingo entra para o folclore das quarteladas. Em geral, o deposto vai para o exílio. Nesse caso, com a comoção provocada no país, Zelaya decidiu expor-se à prisão e às violências, que estão sendo praticadas por um grupo de encapuzados. Mas estes não se sentem em condições de prendê-lo, o que poderia provocar algo semelhante ao que aconteceu na tentativa de golpe na Venezuela, em 2002.Daí não ter dificuldade em prever a volta do presidente constitucional, ainda mais fortalecido para seu projeto de mudanças.Um homem surpreendenteO presidente José Manoel Zelaya Rosales, deputado por três legislaturas e eleito em novembro de 2005 pelo conservador Partido Liberal, derrotando outro conservador, Porfírio Pepe Lobo, do Partido Nacional, é uma figura surpreendente. Rico fazendeiro e madeireiro, percebeu que a velha política de total submissão aos interesses da oligarquia tinha se esgotado.No segundo ano do seu governo tratou de se aproximar do presidente Hugo Chávez e de redesenhar as relações do governo com as camadas pobres do país, que estão entre as mais miseráveis de toda a América Latina.Antes de ser presidente, foi ministro do Fundo de Investimento Social, quando implantou o programa de Condados Abertos, visando descentralizar as decisões e dar mais poder às comunidades. Essa experiência foi, de fato, o primeiro contato com os agrupamentos que se organizavam em torno de propostas criativas para vencer a miséria.Crise do salário mínimo< /FONT>Mas foi sua decisão de aumentar o salário mínimo em 60% que produziu o combustível do conflito atual. Com esse reajuste, o mínimo em Honduras é de 5.500 lempiras ( R$ 611,00) nas zonas urbanas e de 4055 (R$ 450,00) na rural. Com isso, tornou-se ídolo dos trabalhadores, ganhou o apoio do partido Unficação Democrática, de tendência socialista, e das organizações sociais, como a Via Campesina.Em compensação, despertou a ira dos seus antigos parceiros da classe rica, que ainda pensa Honduras como um feudo dividido entre um restrito grupo de endinheirados.Com suas primeiras medidas de cunho social, Honduras registrou um crescimento anual de 7% e reduziu de 70 para 60% o número de hondurenhos na faixa de pobreza absoluta.Sua decisão de integrar a Alternativa Bolivariana para a América azedou as relações com os Estados Unidos, no governo Bush. Isto porque foi graças a essa nova aliança que Honduras passou a se beneficiar de uma ajuda efetiva, com r egistrou o jornalista F.C Leite Filho, em substancioso artigo difundido pela REDE PDT: "a capitalização do Banco Nacional de Desenvolvimento Agrícola (Banadesa), com 100 milhões de dólares para financiamentos a camponeses, artesãos e pequenos comerciantes, que não têm acesso aos bancos privados, a doação de 100 tratores para apoiar a produção campesina e aumentar a produtividade no campo; a ampliação das brigadas médicas cubanas e educativas para declarar, nos próximos 14 meses, que Honduras é livre de analfabetismo. Finalmente, o país se beneficiaria dos programas de independência energética e de programas de comunicação com potencialização do canal de televisão nacional hondurenho (canal 8) com programas educativos e culturais".Honduras paralisadaDolores Jarquin, da Via Campesina, e Beatriz Gomez, da Confederação Unitária dos Trabalhadores de Honduras, que não haviam votado em Zenaya, estão en tre os milhares de líderes que comandam uma greve que dura desde o assalto de 28 de junho.Beatriz declarou que Zelaya teve uma atitude inédita diante das greves e manifestações. "Ele não dava ordem aos militares para conter os protestos, tentava o diálogo, e isso não era costume no país".Durante o governo de Zelaya, as greves não foram frequentes, mas manifestações como interrupção do trânsito de veículos na capital e paralisação de atividades aconteceram algumas vezes. O governo não teve o hábito de ordenar a mobilização de policiais ou do exército para conter as manifestações.Além do aumento do salário mínimo, Beatriz e Dolores apontam outras medidas que agradaram aos trabalhadores, como a reforma do sistema público de saúde e os programas de educação. "Ele criou os hospitais, programas preventivos, como o Saúde da Família, que não existia. Na educação, criou programas de alfabetização eprogramas de acesso à universidade".Aumentou o número de unidades m óveis de saúde e de programas preventivos em regiões afastadas. Isso permitiu controlar a malária e melhorar o saneamento público. Na educação, implantou o método de alfabetização cubano chamado "Yo sí puedo", desenvolvido para 5 mil jovens e adultos, com o qual espera eliminar o analfabetismo até o próximo ano. "Ele criou um estatuto para os docentes. Isso era reivindicado há aproximadamente 12 anos pelos professores. Foi uma das primeiras ações dele", disse Beatriz.Quem deu o golpeUm personagem muito conhecido dos hondurenhos e do mundo estar por trás do golpe, que tem a chancela da maioria da Suprema Corte, que, lá, é integrada por juízes eleitos pelo Congresso unicameral com mandato de sete anos.Não me surpreenderá se tudo não saiu da cabeça doentia de John Negroponte, embaixador dos EUA em Honduras de 1981 a 1985, responsável pelo recrutamento dos contras da Nicarágua na década de oiten ta, que chegou a subsecretário de Estado no governo Bush, isso depois de ter tipo papel chave na invasão do Iraque como chefe de uma central de espionagem criada para unificar todos os serviços secretos dos EUA.Com a posse de Obama, ele caiu no ostracismo e, aos 70 anos, foi ser bolsista e docente do Whitney e Betty MacMillan Center for International Studies e Espaço da Universidade de Yale.Quando esteve em Honduras, implantou na base militar dos EUA de El Aguacete, na cidade de Palmarolas, o centro centro de detenção e torturas, com a cooperação da CIA e de militares argentinos.Negroponte foi quem aproximou os traficantes de armas Thomas Posey e Dana Parkes com os militares hondurenhos e conseguiu que a ajuda militar estadunidense passasse de quatro para setenta e sete milhões de dólares anuais.De fato, o governo Obama foi surpreendido pela trama. Segun do o jornalista venezuelano José Vicente Rangel, o Departamento de Estado se posicionou contra o golpe quando seus funcionários Tom Shannon e James Steimberg ligaram para o embaixador Hugo Llorens, recomendando que não desse nenhum apoio aos golpistas.Há que observar ainda que Israel foi o primeiro país a reconhecer o governo saído do golpe e são muito estreitas as relações de Negroponte com os grupos sionistas. O outro país que formalizou o reconhecimento foi Taiwan, que vive no isolamento imposto pela China Popular.

recebido em 06/07/09

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Homenagem a Neri Mendonça

A equipe do blog "Coletivo Brasil 3000" rende esta sentida homenagem a NERI MENDONÇA, advogado e militante político das causas populares e sociais, em virtude de seu passamento, em 29.6.09. na cidade de Juiz de Fora, onde viveu muitos anos e criou sua família.
Esse grande brasileiro, conforme comprovam os dados biográficos que tentaremos divulgar aqui em breve , operário de origem, falecido aos 86 anos, foi cremado ontem no Cemitério Parque do Renascer, em Contagem, Minas Gerais, conforme pedido.
Curiosamente, embora talvez ele próprio não tenha pensado nisso, a despedida de seu corpo ocorreu exatamente numa cidade eminetemente operária e industrial, um dos expoentes de Minas Gerais nesse setor, fazendo com que, de certo modo, o Dr. NERI ficasse mais uma vez no meio dos trabalhadores, em favor dos quais tanto lutou.
Que nossas homenagens e esse reconhecimento público possam chegar a seus familiares.