CONTRA O LATROGENOCÍDIO DO POVO LÍBIO


CONTRA O LATROGENOCÍDIO DO POVO LÍBIO



Mantemos a recomendação do vídeo de Jean-Luc Godard, com sua reflexão sobre a cultura européia-ocidental, enquanto a agressão injusta à Nação Líbia perdurar.




Como contraponto à defesa de civis pelos americanos, alardeada em quase todas as recentes guerras de agressão que promovem, recomendamos o vídeo abaixo, obtido pelo Wikileaks e descriptografado pela Agência Reuters

quinta-feira, 30 de abril de 2009

"Existimos para melhorar o mundo", entrevista com Rose Nogueira para o site do Zé Dirceu

Por Flaviana Serafim

Os horrores da tortura, da prisão e o afastamento de um filho durante a ditadura. Passar por tudo isso e, ainda hoje, continuar na militância política, não é para qualquer um.A mulher, mãe, jornalista e militante dos direitos humanos Rose Nogueira viveu e sentiu tudo isso na pele, literalmente. Os relatos que ela compartilha aqui são fortes, emocionantes, e retratam momentos dolorosos dos que lutaram pela democracia.Mas, independente das experiências terríveis pelas quais passou – como ser levada ao DOPS deixando o filho de apenas um mês para trás – Rose explica porque mantem seu engajamento político até hoje. “Quando você tem uma ideologia e acredita num mundo melhor, onde a tua presença é para melhorar o mundo, você só existe para isso. Existimos para poder melhorar o mundo”.Atualmente editora da TV Brasil (rede de TV publica do governo), Rose é ex-presidente do Grupo Tortura Nunca Mais de São Paulo e integra várias entidades na luta pelos direitos humanos. Em 46 anos de jornalismo, também fez história como uma das criadoras do programa TV Mulher, na Rede Globo, um marco dos anos 80.Dos ensinamentos de seus longos anos de luta e enorme resistência, Rose relembra um, apreendido com uma colega na prisão: “Pegue sua agulha porque as mulheres são assim... A gente amarra uma mágoa em cada nó e assim nós vamos ficando muito mais fortes”.

[Site do Zé Dirceu] Você é jornalista e foi uma das criadoras do programa TV Mulher, um dos marcos dos anos 80 da TV brasileira e marco, também, quando se fala sobre as mulheres ainda hoje...
[Rose Nogueira] Até hoje as escolas de comunicação fazem trabalho sobre o TV Mulher, da Rede Globo, como se o programa estivesse no ar. A TV Mulher foi um marco mesmo e uma coisa muito engraçada quando começamos: fui convidada pelo (publicitário) Carlito Maia e era um projeto secreto da Globo.Naquele tempo, nem sei o motivo, eu andava muito com o Zé Dirceu e conversava sobre a criação do programa. Algumas idéias tiveram a influência dele nesses nossos diálogos.TV Mulher era um programa ao vivo e tinha que ser uma coisa rápida. Na criação, brincamos dizendo que seria em preto e branco porque os homens estavam muito atrasados. E preto e branco dentro da TV colorida, o que também causaria uma diferença para o telespectador.TV Mulher recebia 10 mil cartas por semanaAté o programa ir ao ar, a mulher era cidadã de segunda categoria no Brasil. O feminismo crescia no mundo inteiro. Lembro que nós falávamos dos direitos das mulheres em geral e também dos direitos da empregada. Aí ligavam pessoas reclamando, xingando, opinando. A participação do público era enorme.Sabe quantas cartas recebíamos por semana? Dez mil! A maioria delas eram escritas por mulheres espancadas, que sofriam o ciúme dos maridos, ou a traição. O programa tinha uma seção só sobre direitos, palavra que não existia na época da ditadura. Fazíamos campanha forte contra o racismo. Falávamos de sexo e saúde na TV, o que ninguém fazia ainda.Linguagem do programa fazia pensar, refletirA linguagem do TV Mulher era outra inovação. Eu desenvolvia um texto, que depois dividi com algumas pessoas, onde você repete algumas palavras chave. O telespectador podia ficar até de costas que entendia o que era falado. E era a primeira vez que um texto para TV era pensado de modo a fazer pensar, refletir.Era uma linguagem que permitia a reflexão e até então todo mundo acreditava que a TV só produzia pessoas idiotas. Eu me divertia muito fazendo o TV Mulher porque ficava sozinha, escrevendo o texto inteiro na hora do programa. Até hoje eu não sei como fiz aquilo!

[Site do Zé Dirceu] A sua trajetória também é marcada pela luta contra a repressão da ditadura. Você é ex-presa política e está há anos engajada na luta pelos direitos humanos. O que te levou à militância?
[Rose Nogueira] Sou jornalista há muito tempo, comecei com 17 anos, no início da década de 1960. Anos depois, quando fui trabalhar na Editora Abril, eu já freqüentava o Partidão (Partido Comunista Brasileiro – PCB). E por amor, amor de namoro mesmo.Namorei o jornalista Paulo Viana e ele era irmão do Cícero Viana, dirigente do partido. Não era filiada, mas abracei imediatamente a ideologia do PCB.Eu fiz 18 anos em 1964, ano do golpe militar, e, como o partido começou a ser perseguido, eu já vivia no clima da época. O Cícero foi para a clandestinidade e o meu namoro com o Paulo foi ficando cada vez mais tenso.Fui para a Folha da Tarde (FT) que era um jornal meio dirigido ao movimento estudantil da época, e aos intelectuais de esquerda. Um dos chefes de reportagem era o Frei Betto. Aquela altura eu já tinha me separado do Paulo Viana e conheci no jornal o editor de cultura Luiz Roberto Clauset. Mais uma vez eu me apaixonei, casei e engravidei, em 1968.A Ação Libertadora Nacional (ALN)usava nossa casa para fazer reuniãoNaquele ano veio o Ato Institucional nº 5 e aí começou a censura, a presença do censor na redação e a brabeza da ditadura. No jornal, o primeiro a entrar na clandestinidade foi o Frei Betto. Tanto que ele ia fazer o sermão do meu casamento e não pôde.Eu não tinha mais aproximação com o PCB. O Cícero havia saído da direção do partido, junto com o Carlos Marighella e outros que fundaram a Ação Libertadora Nacional (ALN), pela qual eu tinha a maior simpatia. A ALN usava a nossa casa para fazer reunião, algumas pessoas se esconderam lá na clandestinidade. Nosso apoio era total.Em 1969, a repressão tinha aumentado violentamente. Organizações criadas pela Polícia Civil, como Escuderie Le Coq e pelo Esquadrão da Morte, passaram a comandar a repressão política. O delegado Sergio Paranhos Fleury começou a mandar no Departamento de Ordem Política e Social (DOPS) e um pouco no país também.Briguei com o delegado Fleurye disse que não iria com o bebê para o DOPS
Por conta da prisão dos padres dominicanos contrários à ditadura, a polícia foi levada a minha casa, eu e meu marido fomos presos. Eu tinha um bebê com apenas 31 dias na época, e nós fomos levados para o DOPS.Eu briguei com o delegado Fleury e até hoje me pergunto como eu tomei aquela atitude. Atribuo isso à maternidade porque é o que te faz qualquer bicho. As fêmeas defendem sua cria, e eu virei bicho mesmo! Disse que não iria com o bebê de forma alguma para o DOPS.O Fleury acabou me amarrando numa cadeira até vir me buscar no dia seguinte. Fiquei em casa com dois investigadores e prenderam todo mundo que apareceu lá. Aprisionaram um senhor que foi só entregar o documento do nosso carro, um fotógrafo que era meu amigo e até o porteiro do prédio.
[Site do Zé Dirceu] Além de presa e levada para o DOPS, você tinha um bebê...
[Rose Nogueira] Depois de ser presa no DOPS pela equipe do delegado Fleury, meu filho ficou com a minha sogra. Passei por todas as coisas que todos que estiveram ali viveram – tortura, humilhação, tudo o que você possa imaginar.Fiquei no DOPS por quase dois meses, tive prisão preventiva decretada e segui para o presídio Tiradentes (SP). Fui processada e enquadrada em três artigos da Lei de Segurança Nacional com pena total de 36 anos, e meu marido também.Tive febre puerperal e nunca mais pude ter filhos,fui obrigada a tomar uma injeção para secar meu leiteEsse é um período que nunca mais se esquece. No meu caso, foi o momento em que eu conheci as pessoas mais extraordinárias de toda a minha vida. A prisão une as pessoas. Lá dentro você é você, não é possível ser outra pessoa.Mas também foi o momento mais trágico porque, devido a uma febre puerperal que eu tive depois do nascimento do meu filho, eu nunca mais pude engravidar novamente. Tenho um filho só. Também fui obrigada a tomar uma injeção para secar meu leite.
[Site do Zé Dirceu] E quanto tempo você ficou no presídio Tiradentes?
[Rose Nogueira] Por quase oito meses. E também foi quando eu conheci as mulheres mais maravilhosas da minha vida, que são minhas amigas até hoje. Somos amigas, nos encontramos e nos emocionamos até hoje.Quase todas mantém esse compromisso de cuidar do outro, o compromisso com a causa política, com a democracia e a defesa da liberdade. E o compromisso de combate à tortura, que é o meu caso. Vou me dedicar a isso até o último dia de minha vida porque é a forma pela qual eu acredito transformar a democracia.Na prisão, fazíamos trabalhos manuaispara não enlouquecer
[Site do Zé Dirceu] E o convívio no presídio? Muita gente enlouquece depois dessas experiências.[Rose Nogueira] No presídio Tiradentes nós tínhamos uma disciplina coletiva, seguida por todos. A hoje ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, na época também militava contra a ditadura, foi presa e integrou nosso grupo, inclusive. Mesmo na prisão, as mulheres nunca deixaram de lado esse ponto de vista do humano, do sentimental, da preocupação de uma com as outras.Tínhamos a obrigação de fazer trabalhos manuais para não enlouquecer. Todas eram obrigadas a fazer. Nossa preocupação era para que pudéssemos aliviar aquele sofrimento. As famílias mandavam linha, retalhos. Os livros os militares tiraram de nós. Censuravam tudo.Mas lembro que podia entrar na prisão qualquer livro de economia. Tanto que uma das coisas que eu mais lembro sobre a Dilma é exatamente sua vontade de estudar naqueles tempos. Ela estudava o dia inteiro. Ficava às vezes fazendo algum bordado porque era obrigada, mas ela estudava sem parar.A gente amarra uma mágoa em cada nóe assim vamos ficando mais fortesUm dia eu estava chorando por causa do meu filho. Chorava quando minha família o levava lá e, quando não levavam, eu também chorava. Sempre fui muito chorona, desde criança, e meu pai dizia: “Vai derreter! Vai derreter porque as meninas são feitas de açúcar”. Eu fui criada pensando que as meninas são de açúcar... E açúcar é forte! É bom, não é?...Eu me lembro de uma senhora chamada Ivone, uma professora do Partidão (PCB) que estava presa. Ela bordava e ensinava a todas as mulheres. Quando chorava, depois de uma visita no presídio, a Dona Ivone chegou perto de mim e falou assim: “vamos, vamos tecer, vamos bordar. Pegue sua agulha porque as mulheres são assim. ..Olha, pra nós é mais fácil porque a gente amarra um mágoa em cada nó. E assim nós vamos ficando muito mais fortes”.E ela tinha razão. Cada geração tem os seus nós. Eu continuo amarrando as mágoas e tocando o barco.
[Site do Zé Dirceu] E a prisão foi até...
[Rose Nogueira] Até 1970. Mas meu marido continuou preso. Fiquei muito afastada do meu filho porque não queria que minha família o levasse para me visitar na prisão. Eu tinha medo que o levassem embora.Por outro lado, o presídio Tiradentes era um “alívio” porque ali ninguém era torturado. Estávamos ligados à Justiça Militar. Mas nada impedia que um juiz permitisse a sua volta pro DOPS, OBAN ou DOI-CODI se não tivesse alguma coisa esclarecida. Isso aconteceu com várias colegas.Em 1950 ou no ano 2000,a tortura é crime de lesa humanidade

[Site do Zé Dirceu] Você é ex-presidente do Grupo Tortura Nunca Mais em São Paulo. Como avalia os debates sobre a punição dos agentes públicos, os que torturaram e mataram durante a ditadura? E a questão do reconhecimento da tortura pelo Estado? Por que ainda é polêmica?[Rose Nogueira] O Estado cometeu um crime contra os cidadãos e tem que pagar pelo que cometeu. Mas o Estado não pode ser preso, então, desde tempos remotos é direito universal – quando o Estado comete um crime tem que pagar a pena dele. Ele vai pagar da maneira que todos conhecem, que é em dinheiro, e também vai te pedir perdão oficialmente.

[Site do Zé Dirceu] É, o pagamento dessa indenização é outra controvérsia...
[Rose Nogueira] A indenização não é o “cala boca” para o torturador. Tanto que estamos querendo a punição deles. Não é punir colocando na cadeia, mas declarar que eles foram torturadores, que a tortura existiu. Quando o Estado paga aos ex-presos e perseguidos políticos, está cumprindo a pena pelo crime que cometeu.Durante a ditadura, o Estado torturou, matou e, em alguns casos, desapareceu com os corpos. Isso é crime de lesa pátria, de lesa humanidade. Foi em nome do Estado brasileiro que as pessoas viveram aquele período. Quando alguém é torturado, não importa se em 1950 ou em 2002, é um crime que lesa a toda a humanidade.Existimos para poder melhorar o mundo,isso é natural do ser humano
[Site do Zé Dirceu] De onde vem a força, a coragem para resistir à tortura, prisão e continuar lutando?
[Rose Nogueira] Quando eu lembro de mim naquela época da ditadura, não é a pessoa que você está vendo aqui hoje falando... No DOPS, fiquei muitos dias sem falar uma palavra...Nem que eu quisesse.... não saía. Fiquei muda diante de tamanha perversidade.Mas qQuando você tem uma ideologia e acredita num mundo melhor, onde a tua presença é para melhorar o mundo, você só existe para isso.Existimos para poder melhorar o mundo, mesmo que seja da cadeira onde você está sentada. Isso é natural no ser humano. A história da humanidade é uma história de lutas. Eu continuo acreditando.

Extraído do site do Zé Dirceu em 30/04/09

domingo, 26 de abril de 2009

Uma nova história está sendo escrita após a reunião da Cúpula das Américas, avalia Lula, extraído do "Café com o Presidente".


Café com o Presidente
Café com o presidente, o programa de rádio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, é produzido pela Diretoria de Serviços da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), com supervisão da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República.Durante seis minutos, o jornalista Luciano Seixas conversa com o presidente Lula sobre ações, projetos do governo e outros temas de interesse nacional, sempre com o objetivo de contribuir para o esclarecimento do cidadão brasileiro.O Café com o Presidente é transmitido às segundas-feiras, via satélite, no mesmo canal de distribuição de A Voz do Brasil. As transmissões ocorrem em quatro horários: às 6h, às 7h, às 8h30 e às 13h. O programa também pode ser acessado na Internet, no endereço www.radiobras.gov.br.
HistóricoO programa Café com o Presidente entrou no ar em 17 de novembro de 2003, com edições quinzenais, de seis minutos, produzidas pela empresa Toda Onda Comunicação Ltda. Em janeiro de 2005, a produção do programa passou a ser feita pela Radiobrás, que já era responsável por sua veiculação e distribuição. Em dezembro de 2007, a produção do programa foi assumida, nas mesmas condições, pela Diretoria de Serviços da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), criada pela Medida Provisória 398.
Ficha técnica
Operação de áudio: José Ageu e Marco AntônioSonoplastia: Leleco SantosProdução e Edição final: Anelise BorgesProdução e edição: Patrícia Duarte Supervisão editorial: Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República.


Uma nova história está sendo escrita após a reunião da Cúpula das Américas, avalia Lula

Apresentador: Olá você em todo o Brasil. Eu sou o Luciano Seixas e começa agora o Café com o Presidente, o programa de rádio do presidente Lula. Olá presidente, como vai, tudo bem?

Presidente: Tudo bem, Luciano.

Apresentador: Presidente, nós estamos gravando hoje aqui na Base Aérea de Brasília. O senhor esteve neste final de semana em Trinidad e Tobago, durante a 5ª edição da Cúpula das Américas. Como é que foi o encontro?

Presidente: Olha, foi uma reunião, eu diria, muito importante. Pra mim que participo de reuniões multilaterais desde 2003, eu estou percebendo que a cada dia que passa há uma evolução importante na compreensão dos chefes de Estado, dos presidentes, de que, sabe, quanto mais harmonia existir entre nós e quanto mais nós trabalharmos o processo de integração, mais nós teremos chance de viver em paz e de termos o nosso país desenvolvido. Todos nós estamos convencidos disso. Essa reunião, foi uma reunião importante porque participaram todos os países da América Latina, do Caribe, mais Estados Unidos e mais Canadá. Todo mundo esperava que houvesse uma briga, uma disputa entre Obama e Chávez, entre Obama e Evo Morales, entre Obama e Rafael Correa, entre Obama e Daniel Ortega. E o que aconteceu? O que aconteceu é que as pessoas ficaram civilizadas e que as pessoas aprenderam a discordar, democraticamente, e a conviver com as diferenças. Foi uma reunião importante porque ela permitiu que houvesse o diálogo. Acho que o Obama teve uma atitude muito inteligente quando resolveu fazer reuniões separadas com a Unasul, com o pessoal da América Central, com o pessoal do Caribe. É a primeira Cúpula que ele participa, portanto, era o momento importante pra ele conhecer as pessoas e eu penso que foi importante. Eu acho que nós demarcamos uma nova história de relação na América Latina, sobretudo, entre América Latina, Caribe e Estados Unidos. Se os Estados Unidos quiserem, eles têm a chance de fazer um novo capítulo na história, não de ingerência, mas de parceria, de construção de coisas positivas com os países da América Latina e do Caribe.

Apresentador: O senhor manifestou na semana passada, ao presidente Barack Obama, a sua posição em relação à retirada do embargo econômico sobre Cuba. Isso chegou a ser tratado? Que outros temas estiveram na pauta, presidente?

Presidente: Esse tema chegou a ser tratado, ele não teve acordo, obviamente, porque têm compreensões diferentes. Mas eu também acho que haverá evolução para se encontrar um fim definitivo ao embargo a Cuba. Na reunião que nós fizemos na Unasul, eu disse ao presidente Obama, que não era possível mais pensar fazer a Cúpula das Américas faltando um país. É importante que Cuba esteja presente. Cuba faz parte do nosso Continente, acho que Cuba contribui para o processo de discussão na América Latina. O Brasil tem um extraordinário relacionamento com Cuba e eu acho que a Cúpula das Américas precisa resgatar Cuba, sabe, como um país importante na América Latina e no Caribe. E penso também que o Obama vai avançar. Eu sei que tem problemas culturais, tem problemas políticos, não é fácil você vencer os setores conservadores em cada país, mas eu acho que o Obama tende a avançar e tende a compreender que não existe mais necessidade desse embargo a Cuba.

Apresentador: Você está ouvindo o Café com o Presidente. Hoje falando sobre a Cúpula das Américas. O senhor tem sempre falado sobre um novo relacionamento dos Estados Unidos com os países latino-americanos. O senhor sentiu isso nessa reunião, que existe essa possibilidade?

Presidente: Olha, eu não só senti como eu fiz questão de falar, de público, isso na reunião. Porque o Obama é a grande novidade política desse começo de século nos Estados Unidos. É um homem que não estava previsto, por nenhum analista político, que ele chegasse à Presidência. Ele chegou à Presidência da República, com um discurso inovador, com discurso de mudanças e, portanto, agora ele pode ver de perto, coisa que poucos presidentes tiveram a chance de ver, todo o conjunto da América Latina e do Caribe junto. Conversar com as pessoas, conviver com as pessoas e perceber que acabou a Guerra Fria. Perceber que hoje na América Latina e no Caribe, todos nós estamos exercitando a democracia até às últimas conseqüências. Nunca houve tanta participação popular, nunca houve tanta democracia, nunca houve tanta política social na América Latina. E o que é que nós queremos? O que nós queremos é que os Estados Unidos participem para ajudar os países da América Latina a se desenvolverem. E porque participar? Porque é a maior economia do mundo, porque tem muitos países do Caribe e da América Central que têm a sua economia praticamente voltada para os Estados Unidos, porque têm mais de 40 milhões de hispânicos morando nos Estados Unidos, a maioria delas saída da América Latina, e, portanto, são pessoas que contribuem muito com o desenvolvimento desses países pequenos. E eu acho que o Obama tem a compreensão e acredito que ele vai tomar as medidas certas, no tempo certo. Essas coisas não acontecem do dia pra noite. Essas coisas têm um processo de amadurecimento e eu tenho convicção de que ele vai mudar e os países da América Latina têm a convicção que o Obama é uma novidade importante para que a América Latina e Estados Unidos tenham um relacionamento mais produtivo, a construção de uma parceria mais efetiva e isso vai ser bom pra nós. Vai ser bom pra democracia, vai ser bom pro fortalecimento dos países da América Latina e do Caribe, vai ser bom para os Estados Unidos, vai ser bom pro Canadá e vai ser bom para o mundo.

Apresentador: Muito obrigado presidente Lula. Até a próxima semana.

Presidente: Obrigado a você Luciano e até a próxima semana.
Apresentador: O programa Café com o Presidente volta na próxima segunda-feira, até lá...

- extraído do http://www.presidencia.gov.br/noticias/cafe_presidente/ em 26/4/09

ALHO – UM SANTO REMÉDIO, por Edvaldo Tavares

Edvaldo Tavares*

Se as pessoas soubessem as virtuosidades terapêuticas presentes numa despercebida cabeça de alho, fariam do dente de alho um talismã que usariam pendurado ao pescoço, num cordão de ouro, junto com as demais jóias. Não se peca pelo excesso ao enaltecer as qualidades divinas do alho. Sua importância medicamentosa é tão grande que médicos especialistas o consideram uma aspirina vegetal, por ser redutor em 20 a 30%, da ação da coagulação sanguínea. Convoco os leitores a um pequeno esforço para conhecer um pouco do alho. Inicialmente, é preciso ser apresentado a ele e saber o seu nome. É um vegetal, popularmente chamado de cabeça, por causa da forma de bulbo. É uma raiz da família Liliacerae, de uso indispensável na culinária e foi batizado pela comunidade científica como Allium sativum. É bem antigo o conhecimento de suas virtudes medicamentosas. Registros assinalam o seu uso entre os egípcios no tratamento da diarréia e entre os gregos antigos para a obtenção da cura de doenças intestinais e pulmonares. Louis Pasteur, cientista francês, criador da técnica de pasteurização, em 1858, relatou a atividade antibacteriana do alho, até hoje, confirmada. Pesquisas laboratoriais atestaram que o extrato fresco do alho inibe o crescimento de 14 espécies bacterianas, entre elas: Klebsiella pneumoniae, Escherichia coli, Stafilococcus aureus, Salmonella typhimurium e Helicobacter pylori que é causadora de úlceras gástricas e duodenais e câncer gástrico. Estudos realizados na China concluíram que quem se alimenta de mais alho apresenta menor risco de ter câncer do estômago. Já o Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos da América do Norte confere posição de destaque ao alho, entre os primeiros lugares, como possível alimento protetor contra o câncer, principalmente o gástrico. O alho é rico em vitaminas C e B e, colina. São também encontrados em sua composição os minerais, cálcio (Ca), Magnésio (Mg), Ferro (Fe), Cromo (Cr) , Fósforo (P), e os antioxidantes, zinco (Zn) e Selênio (Se). Aqui estão algumas ações terapêuticas do alho que poderiam ser de uso mais eficaz, caso a classe médica dedicasse maior atenção a esse medicamento natural, tão presente nas cozinhas e ausente dos hospitais e consultórios, totalmente desprezado nos prontuários e receituários médicos:- combate as infecções bacterianas, viróticas e fúngicas; gastrenterites, gripes, bronquites, afecções de pele, herpes simples e etc.;- em diabéticos reduz a glicemia;- ativa a tireóide, combatendo o hipotireoidismo e melhora o funcionamento digestivo gástrico, hepático e intestinal.- atua no sistema imunológico, melhorando as defesas do organismo, reduzindo a fadiga, estresse, depressão e ansiedade;- reduz o processo inflamatório nos infartados cardíacos;- é diurético, reduzindo a pressão sanguínea quando empregado no tratamento da hipertensão arterial;- é ativo contra diversos parasitas e vermes intestinais quando empregado em forma de supositórios e clisteres em crianças. As pessoas obteriam significativos benefícios caso ingerissem uma ou duas cápsulas diárias de óleo de alho, fortalecendo, no conjunto, o sistema imunológico e reduzindo a suscetibilidade a doenças e mal-estar.
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*Médico. CRM-DF 7265. Diretor Executivo e Técnico do Sistema Raiz da Vida, www.raizdavida.com.br. Brasília-DF.

terça-feira, 21 de abril de 2009

Os investimentos em infra-estrutura de transportes, por (postado) por José Augusto Valente

Os investimentos em infra-estrutura de transportes (1) O ponto de partida deste longo artigo é a matéria de O Globo “Investimentos em marcha lenta”, publicada em 1/3/2009, com a seguinte introdução: Os investimentos do Ministério dos Transportes, responsável pela construção e manutenção das rodovias federais, caminham em marcha lenta, mesmo com o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). É o que mostra um estudo do economista Raul Velloso, especialista em contas públicas, que analisa a evolução dos gastos da pasta desde a década de 1970. Esta matéria, embora com mais de quarenta dias de publicada, é emblemática e merece ser analisada, porque os argumentos ali apontados são recorrentes, há mais de cinco anos. Embora a realidade seja outra, continua-se falando a mesma coisa, como se a exaustiva repetição de argumentos falsos pudesse construir uma realidade verdadeira. Ela contém um grande número de afirmações e juízos sem fundamentação, restando o argumento de autoridade do Raul Velloso, que por ter uma posição de oposição incondicional ao governo Lula, perde credibilidade ao fazer críticas sem fundamentação. Este artigo tenta demonstrar que as críticas são infundadas, sendo que o saldo real é o oposto do que a matéria pretende. Sobre o financiamento dos investimentos em infra-estrutura de transportes. Os percentuais de investimento em transportes no período da ditadura (década de 70) são fatos inquestionáveis. Correspondiam a tudo que se investia em infra-estrutura de transportes porque somente a União tinha essa atribuição para projetos, obras e serviços em rodovias, ferrovias, portos e hidrovias. Os trens urbanos e os investimentos em metrô também eram de competência da União. Durante a década de 70, houve um maciço investimento em rodovias, especialmente, porque o que existia, na época, era muito pouco para garantir os patamares de crescimento econômico pretendidos à época. Desde a década de 40 e durante o período da ditadura militar, o Fundo Rodoviário Nacional garantia recursos específicos para financiar os investimentos federais e estaduais. A Constituição Federal de 1988 acabou com o referido Fundo e com a vinculação de recursos orçamentários para infra-estrutura de transportes. Esse período foi marcado também como o de gigantesco endividamento do país, que teria fortes repercussões no período de 1985 até os dias de hoje. Esse endividamento que possibilitou os percentuais de investimento festejados pelo Raul Velloso serão o quase intransponível fator de restrição ao investimento, no período 1985-2003. Chamemos a análise desse período de abacaxi. A partir do governo Collor, (de quem o especialista Raul Velloso era Secretário de Assuntos Econômicos do Ministério do Planejamento), iniciou-se o que se denominou desestatização da economia, com a transferência para a iniciativa privada de diversos órgãos gestores de transportes. Assim, toda a malha ferroviária teve sua gestão e operação transferida para a iniciativa privada. Idem em relação às operações portuárias. Parte significativa da malha rodoviária (rodovias federais e estaduais de São Paulo) passou a ser financiada pelos seus usuários, através do pedágio. Os transportes ferroviários de passageiros, que ainda eram de competência da União, passaram quase totalmente para os governos estaduais, com destaque para os metrôs e trens urbanos. Esse período, como mencionado anteriormente, caracterizou-se por forte restrição orçamentária motivada pela necessidade de pagamento de dívidas contraídas pela ditadura militar e das novas dívidas para novos investimentos e pagamento daquelas. A idéia hegemônica, dos governos de Collor a FHC, e defendida pelo então Secretário Raul Velloso, é de que tinha que se desonerar a União dos investimentos em infra-estrutura de transportes, transferindo seu financiamento para os usuários dos sistemas. Chamemos a análise desse período de tamarindo. (continua no próximo post) *** Postado por José Augusto Valente às 11:20 0 comentários
Os investimentos em infra-estrutura de transportes (2) O que faz o ex-Secretário Raul Velloso? Uma salada de frutas, misturando abacaxi com tamarindo que, embora sejam isoladamente frutas saborosas têm um sabor estranho quando misturadas, o que deve ser evitado. O principal motivo para evitar essa mistura é de que são momentos com características tão diferentes que será uma leviandade realizar uma abordagem como se não os fossem. Por outro lado, salta aos olhos do leigo que se a política do Collor, Itamar e do FHC era de reduzir os recursos orçamentários da União para a infra-estrutura de transportes, a consequência só poderia ser a redução dos recursos orçamentários da União para a infra-estrutura de transportes, já que a desestatização foi a única política eficaz, aplicada com “brilhantismo” por esses três governos. Se a idéia era reduzir, porque lamentar a redução? No final do governo FHC, por iniciativa deste, mas motivado por forte pressão das empresas de transporte rodoviário de cargas e das entidades de caminhoneiros autônomos, com direito a uma paralisação nacional em 1999, em decorrência do total abandono das rodovias federais, foi criada a CIDE – Combustíveis, que, em síntese, trata-se de receita proveniente da taxação de combustíveis, visando aplicação para três finalidades sendo que a principal é para investimentos em infra-estrutura de transportes mas que o ex-Secretário Raul Velloso pleiteia que seja aplicada exclusivamente na malha rodoviária. A lei que criou a CIDE, em 2001, também prevê a destinação de cerca de 29% do arrecadado para distribuir para Estados e municípios, segundo critérios específicos. A CIDE gerou, em média, receita da ordem de R$ 8 bilhões/ano, das quais 20% são DRU (Desvinculação de Receita da União). Dos 80% (R$ 6,4 bi), 29% (R$ 1,9 bi) vai para estados e municípios e somente R$ 4,5 bi ficam para investimentos pela União em todos os modais e não somente no rodoviário. Entretanto, apesar da definição legal desses recursos, até 2004, a necessidade de fazer superávit fiscal para pagamento de dívidas reduziu os volumes aplicados em infra-estrutura de transportes e, somente a partir de 2005, o governo federal pode utilizar todo esse valor (R$ 4,5 bi) para obras de infra-estrutura de transportes, incluindo portos, expansão da ferrovia Norte-Sul e rodovias. (continua no próximo post) *** Postado por José Augusto Valente às 13:50 0 comentários
Os investimentos em infra-estrutura de transportes (3) Nos orçamentos de 2007 a 2009, o governo federal está investindo muito mais – quase o dobro – do que lhe cabe na partilha da CIDE. Portanto, não é verdade a insinuação de Raul Velloso de que a CIDE está sendo destinada para outros fins não previstos na Lei que a criou. Ele demonstra desonhecimento do tema infra-estrutura de transportes quando concentra a necessidade de investimentos no modal rodoviário e no DNIT. A Infraero investe nessa área e está ligada ao Ministério da Defesa. A Valec investe em expansão da malha ferroviára e não é DNIT. As companhias Docas e a Secretaria Especial de Portos investem na área portuária e não são Ministério dos Transportes nem DNIT. O Ministério das Cidades repassa recursos para transporte público e isso não entra na conta do especialista. O BNDES investe em infra-estrutura de transportes, parte em fundos perdidos, e também não entra nessa conta. Não se sabe, portanto, de onde o ex-Secretário do governo Collor e consultor da CNT, Raul Velloso tira a informação de que no período 2002-2008 deixaram de ser gastos R$ 78 bi na área de transportes. Ele como especialista em orçamento deveria saber que o governo só pode gastar o que está autorizado, pelo Congresso Nacional, e mesmo assim condicionado à necessidade de cumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal. Portanto, ele deveria dizer onde e como estavam disponíveis esses bilhões para execução, considerando-se todas as restrições, para não ficar a idéia de que o governo federal só não gasta porque não quer ou porque é incompetente. Finalmente, sobre investimentos em infra-estrutura de transportes, com a extinção do Geipot, pela política desestatizante do governo Collor, não se tem um organismo que faça o levantamento correto de quanto se investe em infra-estrutura de transportes, desde pelo menos 2001. Algum órgão teria que computar tudo que é investido pela União, pelos governos estaduais, pelos governos municipais e pela iniciativa privada. É esse número que dirá quanto se está investindo em infra-estrutura de transportes, percentualmente, em relação ao PIB. Na década de 70, a fonte de recursos para investimento eram, quase que exclusivamente, da União. Nos últimos dez anos, é outra coisa completamente diferente. Existem inúmeras fontes de recursos e isso tem que ser levado em conta mas não é, causando uma enorme confusão na cabeça do cidadão. (continua no próximo post) *** Postado por José Augusto Valente às 13:57 0 comentários

Os investimentos em infra-estrutura de transportes (4) Sobre as rodovias em mau estado A CNT criou um método de avaliar as condições das rodovias brasileiras, segundo os seus legítimos interesses, mas que carece de base técnica ou científica com reconhecimento internacional. Ao contrário da base que é utilizada pelas instituições públicas federais, estaduais e municipais, que são subordinas ao controle dos respectivos Tribunais de Contas. Quem se der ao trabalho de estudar detalhadamente a referida pesquisa anual, verá que os resultados apresentados no corpo da pesquisa, mostram o oposto do que dizem os releases da entidade. Não pretendo me estender e, portanto, irei direto aos resultados de 2007, encontrados no corpo da pesquisa e disponíveis no site da CNT. 1. Para começar, qualquer nota entre 70,0 e 80,9 é considerada Regular, pela CNT. E esse Regular será juntado ao Ruim e Péssimo, configurando um percentual de 73% de avaliação negativa. Qualquer um há de convir que 80, 76, ou mesmo 71, não são negativos, nem aqui, nem em qualquer país do mundo. 2. A avaliação das 109 ligações rodoviárias (56.322 quilômetros) mostra que: a. 80 das 109 ligações rodoviárias tiveram Nota do Pavimento acima de 70,0. Ou seja, 40.304 quilômetros (71,6%); b. 29.153 quilômetros (51,8%) tiveram Nota de Pavimento maior ou igual a 81; c. 66 das 109 ligações rodoviárias pesquisadas tiveram Nota da Sinalização acima de 70. Isto representa 24.673 quilômetros (43,8%); d. Em 70,7% dessas ligações, o traçado não obriga à redução de velocidade. 3. Ainda sobre os pavimentos, a pesquisa informa o seguinte, em relação aos 87.592 quilômetros avaliados: a. 87,1% não apresentam buracos; b. A condição do pavimento não obriga a redução de velocidade em 86,4% da malha; c. 73,2% dos pavimentos dos acostamentos estão em boas condições; d. 94,4% dos pavimentos não apresentam pontos críticos. 4. Para finalizar e, acredito, para surpresa de muitos, os dez estados com melhor avaliação dos pavimentos, considerando as notas Boas ou Ótimas da CNT (entre 81 e 100), incluem estados do norte e do nordeste do país. a. São Paulo: 78,8% da malha pesquisada b. Rio de Janeiro: 69,9% c. Rio Grande do Sul: 68,7% d. Paraná: 64,4% e. Distrito Federal: 57,8% f. Santa Catarina: 55,3% g. Amapá: 55,1% h. Rondônia: 54,6% i. Pernambuco: 48,3% j. Piauí: 44,4% Como se vê, Minas Gerais não faz parte desse ranking de melhores, apesar dos investimentos do governo federal. É que lá a malha estadual é tão grande quanto a federal, dando um total de 12 mil quilômetros de rodovias. E o governo estadual preferiu investir na pavimentação dos acessos às cidades do que na recuperação da sua malha estadual. Quem analisar detalhadamente a pesquisa, constatará que a situação é boa, em todas as regiões do país, especialmente nas rodovias de alto e médio volume de tráfego, por onde se deslocam 80 a 90% das cargas rodoviárias. Isso não quer dizer, em absoluto, que estejamos navegando num mar de rosas. Sabemos que as obras de pavimentação de estradas de terra, terceiras-faixas e duplicação, em andamento, e as que ainda vão ser iniciadas, é que permitirão uma condição correspondente a mais de 90% daquilo que é necessário para maior eficiência na logística de cargas e de pessoas. E é em cima disso que o PAC trabalha. Se a CNT realizar a pesquisa em 2009 (não foi feita em 2008, não se sabe porque), constatará uma melhoria significativa das rodovias, mesmo da malha estadual de Minas Gerais, apesar do seu rígido critério para avaliar a geometria das mesmas, que joga a nota geral para baixo. (continua no próximo post) *** Postado por José Augusto Valente às 14:03 0 comentários

Os investimentos em infra-estrutura de transportes (5)
Sobre as obras do PAC
O título da matéria fala do ritmo de marcha lenta dos investimentos em transportes, apesar do PAC.
Além de tudo que foi dito, deve-se reiterar que o Projeto Piloto de Investimentos, que possibilitou alocar parte do que seria para superávit primário em investimento de infra-estrutura de transportes, foi criado pelo governo Lula, em 2004, para utilização no orçamento de 2005. Este foi o primeiro passo para aumentar significativamente os recursos orçamentários na área de tranportes.
Em 2007, o PAC veio consolidar essa lógica, dando prioridade para logística e transportes, seja com o aumento de recursos orçamentários da União para essa área, seja através de outras medidas institucionais visando maiores investimentos por estados, municípios e pela iniciativa privada.
O fato é que o Brasil foi transformado num canteiro de obras e está longe de se considerar que estamos em marcha lenta. Em 2008, sabe-se que as empresas de construção civil e pesada tiveram muita dificudade de contratação de profissionais especializados, tal a profusão de obras movidas, direta ou indiretamente, pela políticas e programas federais, estaduais e municipais.
Além disso, no início de 2009, percorri 7.500 quilômetros de rodovias federais e estaduais de alto e médio volume de tráfego, em Goiás, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Santa Catarina. Com exceção de trechos localizados (algumas rodovias estaduais, não-concedidas, de São Paulo, em especial), os demais estão em boas ou ótimas condições. Rodovias que estavam em situação precária, há cinco anos atrás, hoje estão um tapete.
Finalmente, há um macro-indicador de que a infra-estrutura de transportes está, no mínimo, em condições satisfatórias embora, como tudo na vida, ainda pode e deve ser melhorada. Trata-se dos números de crescimento da economia brasileira nos últimos anos, atingindo os patamare de crescimento do PIB de 5,6% em 2007 e 5,1% em 2008.
Dizia-se (o próprio Raul Velloso) que a infra-estrutura de transportes estava tão ruim que impediria o crescimento econômico, já que é impossível crescimento econômico com infra-estrutura precária.
O que nos leva a afirmar que se houve um crescimento significativo, inclusive do comércio exterior, é porque a infra-estrutura de transportes, ainda que num nível ainda inferior ao desejado (que parte só será atingido no final de 2010), conseguiu dar conta do recado e não foi obstáculo para a intensa movimentação de cargas no período, alavancando positivamente o crescimento do comércio exterior e do mercado interno.
(FIM)
***
Postado por José Augusto Valente às 14:07

-extraido do blog logisticaetransportes.blogspot.com em 21/4/09

sábado, 18 de abril de 2009

OS ÁCIDOS GRAXOS E AS VIOLÊNCIAS, por Elizabethe Milwaard.

Elizabethe Milwaard*

A nutrição é um ponto que merece atenção especial, dentro e fora das escolas, entre os jovens.

Os atos de selvageria nas escolas, ruas, campos de futebol e até mesmo dentro das faculdades com os chamados “trotes”, que muitas vezes, levam ao óbito, têm tudo a haver com uma nutrição deficiente em alimentos vivos e de ácidos graxos Ômega-3. Estes elementos são essenciais na formação de uma personalidade equilibrada.

Alguns especialistas afirmam que, a cada ano, são detectados 300 mil jovens nos Estados Unidos que desenvolvem a esquizofrenia. E, outros vinte milhões de pessoas de todas as idades, sofrem de algum tipo de alucinação e consomem algum tipo de anti-psicótico.

Muitas vezes os problemas começam na formação fetal, mas se agravam no final da adolescência, quando os jovens estão entrando na faculdade ou começando a se preocupar com futuro. Isso ocorre devido o desenvolvimento acelerado do cérebro, córtex pré-frontal e do excesso de responsabilidade imposta pelos pais, escolas e sociedade, sem que eles tenham alcançado à maturidade intelectual, espiritual e emocional.

Depois que a família investiu uma enorme fortuna no futuro dos filhos, é quando os pais percebem que todos os seus esforços foram perdidos, por não terem incluído uma disciplina nutricional na educação. O cérebro pesa um quilo e quatrocentas gramas e tem na sua composição 75% de ácidos graxos Ômega-3, portanto, a falta destes componentes faz a pessoa perder a capacidade de interagir de forma afetiva com os seus semelhantes.

O córtex pré-frontal é uma parte do cérebro que só fica totalmente formada após os vinte anos de idade. Ele é responsável pelo raciocínio lógico, auto-controle, discernimento e auto-consciência. Por este motivo, o organismo exige uma boa quantidade de alimentos vivos (construtores e restauradores de tecidos) com alto teor nutricional para o seu completo desenvolvimento.

Os primeiros sintomas de um cérebro desnutrido são: irritabilidade, ansiedade prolongada, mau-humor, depressão, dificuldade para se concentrar, algum tipo de demência e esquecimento constante que podem resultar no “Mal de Alzheimer”.

Os problemas cardiovasculares, as doenças degenerativas, a obesidade, o envelhecimento precoce, nascimento de crianças prematuras, TPM, menopausa, celulites, retenção de liquido, envelhecimento precoce, desequilíbrio hormonal, lesões diversas, inclusive fraturas em atletas, são causados pela falta de alimentos vivos e dos ácidos graxos Ômega-3.

Na verdade tudo começa no cérebro: “Um organismo bem nutrido proporciona saúde e sucesso garantidos!”

*Professora de Consciência nutricional e ortomolecular

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A JUVENTUDE PEDE SOCORRO

Dr. Edvaldo Tavares*

Da exposição acima, sobre a importância de uma boa nutrição para a formação de um organismo sadio, de autoria de Elizabethe Milwaard, professora de Consciência nutricional e ortomolecular, pode ser deduzida a necessidade do exercício de uma vigilância diuturna sobre tudo aquilo que entra pela boca de uma pessoa ao longo da sua vida.

A associação de ácidos graxos às violências, demonstra a importância de uma boa nutrição desde a formação fetal. Nos dias atuais, com o predomínio da filosofia do consumismo de tudo que é industrializado, exposto nos supermercados, as pessoas em geral, apresentam algum tipo de carência de nutrientes alimentares indispensáveis a uma boa conduta social.

Para a estruturação de uma sociedade mais sadia e socialmente equilibrada, há necessidade de cuidar da alimentação dos jovens, desde o nascimento até a maturidade, para um completo desenvolvimento orgânico em geral e especificamente da região cerebral responsável pela maturidade intelectual e espiritual.

Os leitores que passarem a conhecer o conteúdo do texto Os Ácidos Graxos e as Violências, publicado no Sistema Raiz da vida, <www.raizdavida.com.br>, ficarão surpresos com a importância de uma boa nutrição que muitas vezes passa despercebida no corre-corre da vida, imposto no cotidiano.
*Médico. Diretor executivo e técnico do Sistema Raiz da Vida. Aracaju/SE

Recebido sem ressalva quanto à publicação, em 18/04/09

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Aos que fingem não entender a metáfora “gente branca de olhos azuis” , por Max Altman

“Essa crise não foi gerada por nenhum negro, índio ou pobre. Essa crise foi feita por gente branca, de olhos azuis.” Estas 21 palavras foram pronunciadas pausadamente pelo presidente Lula em coletiva de imprensa ao lado do primeiro-ministro da Inglaterra, Gordon Brown. Todo mundo viu pela televisão.
Colunistas alvoroçados trataram de enxergar nelas uma ponta de preconceito ou discriminação racial às avessas. Nada disso. A grande imprensa local e internacional tratou de difundir que as expressões de Lula causaram constrangimento às autoridades britânicas. É bem provável. E que diante de tão altos dignitários mancharam a honra e a credibilidade do país além de cobrir o governo brasileiro de vergonha. É o que eles especulam.
Na verdade, a metáfora de Lula, de ínfimos 21 vocábulos, vale mais que um daqueles grandiloquentes e loquazes manifestos. Vou mais além: é a síntese moderna de um tratado de sociologia e política que as massas entendem e que define claramente os lados em disputa no atual cenário internacional.
Hipérbole? A imprensa internacional deste domingo, 29 de março, traduziu à perfeição a “gente branca de olhos azuis”. O conceituado The New York Times, nos dias que antecedem o G-20 de Londres, abriu manchete para a sua longa análise: ‘Capitalismo anglo-americano em julgamento’ Alertou que Obama vai enfrentar um mundo desafiador. “Os americanos viajavam por Brasil, India, China dando lição de moral sobre a necessidade de abrir e desregular mercados. Agora essas políticas são vistas como os réus do colapso”. Por sua vez o Huffington Post, o mais importante jornal da Internet, escancarou: “Lula: nós rejeitamos a fé cega nos mercados”. acrescentando: “Brazil’s president: White, Blue-eyed Bankers have brought world economy to the knees”, ou, “Presidente do Brasil: Banqueiros de olhos azuis fizeram a economia mundial dobrar os joelhos”. O Financial Times, catecismo dos economistas de todos os quadrantes, estampou: “O comentário de Lula diante de Gordon Brown “ressalta o risco de confronto entre os emergentes e os países mais ricos.” E para que não reste dúvidas, o prestigioso jornal inglês, The Observer trombeteou em título de página dupla: “’Blue-Eyed Bankers prompt G20 divide’”, ou seja, “’Banqueiros de olhos azuis’ levam o G20 à divisão’”.
Não precisaria explicar, mas Lula foi explícito na Cúpula de Líderes Progressistas reunida em Viña Del Mar, Chile, no dia seguinte, diante de personalidades como Joseph Biden, vice-presidente dos Estados Unidos, Gordon Brown, Michele Bachelet, Jose Luiz Zapatero, Cristina Fernández de Kirchner, Tabaré Vázquez e Jens Stoltenberg, premiê da Noruega. O nosso presidente ao ler seu discurso incomodou, constrangeu como gostam de dizer nossos ínclitos comentaristas, o senhor Biden e outra vez o prime minister Brown, defendendo vigorosamente um Estado forte, aduzindo que o mundo está pagando o preço do fracasso de uma aventura irresponsável daqueles que transformaram a economia mundial em um gigantesco cassino. “Desemprego, pobreza, migração, desequilíbrios demográficos e ambientais, são problemas que requerem respostas economicamente coerentes, mas sobretudo responsáveis. Isto não é possível sem Estado forte”. Em outro momento, abandonando o texto escrito e. tendo abraçado o improviso, abriu coração e mente. Registrou a mudança de época vivida em nossa região, fazendo enfática defesa dos governos de esquerda: “A América Latina passa por uma poderosa onda de democracia popular, encabeçada por segmentos historicamente deserdados e marginalizados que encontram lugar em uma sociedade mais solidária. Muitos de nossos países [como a Venezuela, a Bolívia e o Equador] precisaram ser praticamente refundados institucionalmente com a aprovação popular de novas Constituições.”
A grande mídia internacional e local, repercutindo os interesses e os valores da ‘gente branca de olhos azuis’, pode ter reagido incomodada, constrangida, molestada, irritada com a metáfora de Lula. Mas os povos da Ásia, da África, da América Latina e os próprios trabalhadores dos países desenvolvidos da Europa e América do Norte, se e quando tomarem conhecimento da frase, se sentirão contemplados ao sentir no fundo da alma a verdade que ela encerra, porque sofreram e sofrem da exploração, da humilhação, da injustiça social, do desemprego, da pobreza, da miséria.
Estou exagerando? Tomo emprestado trecho da reportagem do jornalista Clovis Rossi da Folha de S. Paulo presente na marcha de protesto contra a crise deste domingo, 29 de março,em Londres, às vésperas da cúpula do G20, sob o lema central “put people first”, as pessoas em primeiro lugar. “O menino negro de olhos negros veste andrajos, segura a pasta executiva símbolo do Tesouro britânico e reclama: “Eles ajudaram a salvar os bancos e o ‘big business’. Agora é hora de que ajudem a salvar a vida de crianças”.
Max Altman
30 de março de 2009

sexta-feira, 3 de abril de 2009

A Ressaca da globalização, por Adriano Benayon

Adriano Benayon* – 11.03.2009

Se não quisermos sofrer males ainda maiores que os que vêm assolando nosso País, temos de saltar fora da globalização com urgência. Ela é como um trem em acelerado em direção ao abismo. Mesmo que pular do trem cause algum incômodo, mais vale não nos deixarmos espatifar.

Outra metáfora, válida para todo o Planeta, é comparar a globalização à intoxicação por bebida alcoólica ou por droga entorpecente. Seus terríveis efeitos surgem antes mesmo de cessar a ingestão dos tóxicos.

O tema central do livro Globalização versus Desenvolvimento, cuja 1ª edição foi publicada há onze anos (1998), é a demonstração de ser o desenvolvimento incompatível com a abertura indiscriminada da economia e com o controle dela por capitais estrangeiros.

Essa situação leva a ter política econômica comandada do exterior. Isso transformou a estrutura da economia, tornando mais primário o padrão de produção. Fez, por exemplo, as exportações dependerem cada vez mais de recursos naturais. Em suma, o País regride tecnologicamente, e aumentam as transferências para o exterior.

Venho apontando que, nos EUA e na Europa, entre outros lugares, o colapso financeiro está rapidamente degenerando também em colapso econômico e social. Nos EUA, por exemplo, as demissões estão ocorrendo ao ritmo de 1 milhão por mês. No Brasil foram 600.000 em dezembro e mais de 100.000 em janeiro.

Há tempos, exponho ser enganoso o discurso que afirma estar o Brasil preparado para enfrentar a “crise” mundial. No artigo “Contas externas vulneráveis”, publicado em A Nova Democracia, nº 42, abril de 2008, tratei da vulnerabilidade estrutural da economia brasileira, quase que totalmente desnacionalizada, a inviabilizar as decisões de política econômica necessárias ao desenvolvimento.

Em trabalhos subseqüentes deixei claro que as reservas externas do Banco Central - da ordem de US$ 200 bilhões hoje, pois já foram maiores - podem pulverizar-se em função de simples mudança de conjuntura.

No artigo “Investment grade ou Brasil atrás das grades?”, publicado nº 43, maio de 2008, expus o engodo que foi a elevação da cotação do Brasil pelas agências internacionais de risco de crédito. Elas próprias não merecem crédito algum, haja vista terem dado cotação máxima a títulos tóxicos, inclusive os baseados em hipotecas nos EUA, que perderam depois todo seu valor de mercado.

Em “A nova crise do real”, escrito em agosto e publicado em A Nova Democracia, nº 46, setembro de 2008, disse estar em gestação, para futuro pouco distante, nova crise cambial. De então até agora, o real já caiu 38% em relação ao dólar.

O pior é que os efeitos no Brasil do colapso mundial ainda estão começando a se manifestar. Alguns sinais claros já estão presentes, como o da taxa de câmbio e muitos outros. Entre eles, o fato de a inadimplência das empresas ter crescido nada menos que 149% na comparação de janeiro de 2009 com janeiro de 2008.

Ademais, grandes empresas no Brasil endividaram-se grandemente no exterior em anos recentes, inclusive as transnacionais junto a suas matrizes. Com a desvalorização do real, cresce o serviço dessas dívidas. Os balanços das empresas deterioram-se por causa do câmbio, ao mesmo tempo em que cai o valor em dólares das exportações – e não apenas em função da taxa cambial - pois há brutal redução da procura externa pelos produtos exportados do Brasil.
É de notar a queda, superior a 60%, de março a dezembro de 2008, do preço das commodities (bens agrícolas e metais) no mercado mundial. O grosso das exportações brasileiras se compõe desses recursos naturais com nenhum ou pequeno grau de transformação industrial.
Esses bens ainda tiveram saldo positivo em 2008 de U$ 55,1 bilhões, viabilizando que a balança comercial do País tivesse o superávit de US$ 47,9 bilhões, apesar de déficit de US$ 7,2 bilhões por parte da indústria de transformação.
Mas houve significativa deterioração do Balanço de Pagamentos em 2008, o qual prenuncia maior afundamento em 2009, uma vez que se está acentuando o colapso nos países com que o Brasil tem relações econômicas.
Em 2008 já se registrou a maior saída líquida de divisas do País – excluindo a balança comercial – desde 1982. O último recorde foi em 2005, com US$ 32,5 bilhões. Em 2008 saíram US$ 48,9 bilhões, os quais foram insuficientemente compensados pelos US$ 47,9 bilhões do saldo comercial. Com isso, o Balanço de Pagamentos (BP) fechou com déficit de US$ 1 bilhão, o primeiro desde 2002, o ano da última crise cambial.

Excluindo as transferências unilaterais[1][1], para ficar só com o resultado das capitais e de serviços, as saídas líquidas destas contas atingiram US$ 53,6 bilhões, não obstante ter o Brasil mantido as taxas de juros mais altas do Mundo. Em princípio, altas taxas de juros atrairiam capitais para o País.

É visível também a diminuição do saldo comercial, não só pelo declínio, mês a mês, em 2008, mas também pelos resultados dos dois primeiros meses de 2009, quando somou apenas US$ 1,2 bilhão.

As transações correntes, que englobam tudo, menos o movimento de capitais, registraram, em 2008, déficit de US$ 28,7 bilhões. Até 2007 havia superávit, mas já minguando então para US$ 1,7 bilhão. Isso implica que o déficit do BP em 2008 só não foi muito maior que US$ 1,2 bilhão, porque o movimento de capitais registrou apreciável ingresso líquido, em grande parte de investimentos diretos.

Além de ser problemático que isso se mantenha, não haverá, de qualquer modo, como fechar o BP sem recurso a grande aumento da dívida externa brasileira. Mas esta já cresceu muito em 2008, e os bancos do exterior vêm negando crédito. Estão, na maioria, falidos e sobrevivem mediante a vergonhosa injeção de trilhões de dólares por parte dos governos e dos bancos centrais de seus países.

Seriam necessários mais dados para perceber que se aproxima gravíssima crise das contas externas no Brasil?

Fica para o próximo artigo atualizar a situação mundial e avaliar em profundidade a colossal negociata que, em geral, está sendo o auxílio dos governos aos bancos e outras instituições financeiras causadoras do colapso econômico. Este, a continuar o tipo de tratamento que lhe vem sendo dado, promete ser o mais profundo de todos os tempos.


· Adriano Benayon é Doutor em Economia. Autor de “Globalização versus Desenvolvimento”, editora Escrituras. abenayon@brturbo.com.br

[1][1] Principalmente remessas de trabalhadores no exterior, conta que teve saldo positivo da ordem de US$ 4,7 bilhões

- Publicado em A Nova Democracia, nº 51, março de 2009, e recebido pelo Blog em 02/04/09.