CONTRA O LATROGENOCÍDIO DO POVO LÍBIO


CONTRA O LATROGENOCÍDIO DO POVO LÍBIO



Mantemos a recomendação do vídeo de Jean-Luc Godard, com sua reflexão sobre a cultura européia-ocidental, enquanto a agressão injusta à Nação Líbia perdurar.




Como contraponto à defesa de civis pelos americanos, alardeada em quase todas as recentes guerras de agressão que promovem, recomendamos o vídeo abaixo, obtido pelo Wikileaks e descriptografado pela Agência Reuters

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

A “MENTALIDADE MAGINOT”, por Manoel Soriano Neto

A 1ª Guerra Mundial transcorreu sem qualquer brilho estratégico. Aquele conflito foi uma guerra de trincheiras, metralhadoras e arame farpado, eminentemente defensiva. A França, um dos países vencedores, construiu na fronteira com a Alemanha, a famosa “Linha Maginot”, para conter o ímpeto de um ataque inimigo, com a finalidade de assegurar os prazos necessários à mobilização. Lá se afirmava que em face da inexpugnabilidade da Maginot (por ela, não se passaria: “Ici on ne passera pas”), não haveria mais necessidade da criação de Divisões Blindadas ou de se prolongar o serviço militar: era a “mentalidade Maginot”, expressão cunhada, ao depois. Ou seja, a “Linha Maginot” tornou-se uma justificativa para que as FFAA francesas se privassem de inovações bélicas e de formas modernas de combate. Porém, não era assim que pensavam o Japão, a Rússia e, principalmente, a Alemanha. E com a inexplicável ilusão francesa e aliada, o mundo viu-se surpreender com a invasão da Polônia e a queda inacreditavelmente rápida da Holanda, Bélgica e França...
Desafortunadamente, no Brasil, desde os anos de 1990, uma “mentalidade Maginot” impregnou-se nos governantes e nas elites dirigentes. Nas duas últimas décadas, ocorreu uma brutal fragilização da expressão militar do Poder Nacional. O País renunciou à aspiração de, pelo menos, ser uma potência regional, como provam os inúmeros acordos e tratados que avençamos com Organismos Internacionais, lesivos aos nossos interesses estratégico-militares. E o fato se agravou, sobremaneira, na atualidade, em vista do grande desafio que é a Amazônia, hoje alvo prioritário da cobiça internacional, como é por demais consabido, mormente com a equivocada exacerbação de políticas voltadas para as causas ambientalistas e indígenas.
A política indigenista brasileira, infelizmente, contabiliza três grandes êxitos: 1) a homologação de colossais reservas indígenas, em área contínua e na faixa de fronteira (como as de Roraima), sendo certo que 13% (!) do território nacional estão reservados para os índios; 2) o Decreto n° 5051/2004, que promulgou a lesiva Convenção 169, da Organização Internacional do Trabalho (OIT), da qual pouco se fala, com relação "aos povos indígenas e tribais", na qual é repetida, exaustivamente, a expressão "povos indígenas", uma porta aberta para a criação de enclaves ultanacionais, com vistas à internacionalização, em especial, de nossa Amazônia; 3) a aprovação, em setembro de 2007, da Declaração Universal dos Direitos dos Povos Indígenas, da ONU, com o entreguista voto do Brasil, visando ao enfraquecimento dos Estados Nacionais, um crime de lesa-pátria, com a intenção de secioná-los, criando-se Estados (ou "Nações Indígenas") dentro de Estados Soberanos. Tal Declaração confere um status especial de autonomia aos índios e, se transformada em Tratado ou Convenção, e for referendada, em duas votações, por 3/5 das Casas do Congresso, terá força de Constituição, "ex vi" da EC/2004, recepcionada pela Lei Magna, no § 3°, de seu artigo 5° (o § 4°, do mesmo artigo, reconhece o Tribunal Penal Internacional).
E mais: o atual presidente da República homologou, em área contínua, a descomunal Reserva Indígena Raposa Serra do Sol, no estado de Roraima, onde outra, a Ianomâmi, quase seis vezes maior, já existia, o que “reterritorializou” o mais novo estado brasileiro, inviabilizando-o como ente federativo autônomo (de onde querem agora expulsar - em plena crise econômica mundial - os arrozeiros e agricultores não-índios, que vêm contribuindo com 11% do PIB estadual). E o que seria, racialmente, o "não-índio", no meio de uma população já totalmente miscigenada, como a da Amazônia, havendo no Brasil, graças ao bom Deus, uma "raça cósmica", mistura de todas as raças, sem prevalência de qualquer delas? Será que a FUNAI (ou quem de direito) pode estabelecer critérios para tal, ao arrepio de cláusulas pétreas da CF/88 e da "Lei Afonso Arinos"? Com essas e outras “espadas de Dâmocles” sobre o Brasil, poderão ser criadas 226 (!) “Nações Indígenas”, correspondendo, repita-se, a 13% do território nacional, “balcanizando-se “, particularmente a Amazônia, no dizer do eminente Professor Marcos Coimbra. A propósito, o Primeiro Mandatário do País afirmou, recentemente, que os aborígines se encontram na fronteira amazônica, garantindo a sua posse para o Brasil, bem antes do descobrimento (eram terras, à época, da Espanha, Senhor Presidente; e que não nos esqueçamos da "questão do Pirara", de triste memória...). Por seu turno, os "doutos e sapientes" antropólogos da FUNAI, defensores da "caótica" política indigenista nacional, afirmam, peremptoriamente, que não causa qualquer risco à nossa soberania, a ocupação, somente por poucos índios, de descomunais áreas (pois eles precisam "perambular"), riquíssimas em minerais estratégicos, junto às fronteiras (!). Ora: afirmar-se que os silvícolas são apenas usufrutuários de terras da União, é uma vã e ingênua ilusão, uma cortina de fumaça, eis que em reservas indígenas, o cidadão brasileiro comum só entra, como já é do conhecimento de todos, se autorizado pela FUNAI ou por ONGs estrangeiras, predadoras e espiãs. E agora surge, por força de um Deceto, a solução salvacionista, a "solução- talismã": a criação, nas terras indígenas, de frágeis Pelotões Especiais de Fronteira (quando lá dever-se-iam instalar, como vem pugnando o Cel Gélio Fregapani, Organizações Militares operacionais, como Companhias ou Batalhões de Infantaria da Selva); diga-se que somente com essas Tropas se poderia oferecer resistência, algo eficaz, contra uma invasão de Nação ou de coalizão de Nações hegemônicas, como previsto em nossa "estratégia da resistência" (da qual, tanto se evita falar...), quando a supremacia aérea será, por óbvio, do(s) invasor(es), além de estarmos proibidos de usar minas terrestres, em face da subserviente adesão do Brasil à Convenção de Ottawa, de 1996. É mais uma ilusão de que, assim, o problema da soberania nacional estaria solucionado. Pura ingenuidade, pura “mentalidade Maginot”, quando se sabe (vejam e ouçam o depoimento de Orlando Vilas Boas, amiúde transmitido pela TV Bandeirantes) que somente com a vivificação das fronteiras e de toda a Amazônia, com índios e não-índios, por meio de vilas, cidades, etc, se assegurará ao País aquelas imensas áreas, as quais não devemos permitir que sejam internacionalizadas, como desejam apátridas e entreguistas de todos os matizes.
Que as lições da História sirvam de luzeiro, máxime às nossas elites pensantes, pois o Brasil não pode continuar iludido, subserviente e acovardado.
Manoel Soriano Neto – Cel Ref, de Infantaria e Estado-Maior, Historiador Militar

-recebido para publicação no Blog em 16.2.09

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